quarta-feira, 20 de fevereiro de 2019

Entre amigos e amigos

Chamam os amigos de inimigos mas quando se veem diante dos inimigos que consideram amigos pedem socorro, mas não antes de terem espinafrado os amigos como se fossem inimigos e bajulado os inimigos como se fossem amigos. É um enredo desesperador e constante que define hoje o campo "da luta", gerando mais e mais fragmentação e ódio interno ao campo. Um ódio autodestruidor que beneficia demais os amiguinhos lá do andar de cima, que todo mundo quer beijar e abraçar e tirar foto junto, pois são portadores de muitas oportunidades de remuneração comissionada no campo governamental do sistema oligárquico do capital. Coisas do Ceará, é claro. De uma esquerda que faz discurso ultra-radical e depois vai ouvir palestra do Senhor Doutor, tudo caladinho, parecendo um rebanho, sendo o próprio rebanho do Senhor Doutor do Governo. Toma benção do Doutor Oligarca e esculhamba os outros que nem são tão poderosos assim. Métricas de clientelismo em ação. Na avenida da universidade, a pessoa se descabela, parece que vai iniciar uma revolução. Nos escritórios do governo, nas reuniões, tudo asseadinho, com a melhor roupinha, batendo palminhas, sendo produtivos e proativos. Nos outros ambientes, onde deveriam ser produtivos e proativos, são anarquistas selvagens, não aceitam nenhuma autoridade. Mas depois ficam servindo de capacho, é só sair dos arredores da universidade. Por isso que ninguém acredita. Nem parece a mesma pessoa. É incrível. Chega a ser vexatório.

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