quarta-feira, 21 de agosto de 2013

Psiquiatrização de oposições políticas

Ouvi falar que os partidos da frente de esquerda estão importando um estudo sobre práticas de psiquiatrização de oposições e heterodoxias políticas e vão abrir um instituto para "tratar" das falas opositoras. Há quem diga que com a ditadura do proletariado implantada pelos marxistas-leninistas travestidos de gramscianos, quem falar mal de dirigente vai direto para o choque psiquiátrico. Atenção, camaradas com perturbações psíquicas diante de dirigentes, temos que prestar muita atenção.

Partidos como instâncias morais

Partidos políticos de frentes de esquerda são instâncias morais de controle das dissidências de esquerda que estão à esquerda dos partidos que são braços e mãos do Estado burguês (se é legal, o partido é burguês, não é não? Aceita a legalidade do Estado burguês). Qual o conhecimento da realidade produzido hoje pelos "intelectuais" dos partidos das frentes de esquerda? Alguém me diz qual é o conhecimento produzido da realidade, por favor? Onde é que estão produzindo conhecimento "dialético" sobre o real? Vão catar coquinho, bando de positivistas!

Desejo de devir-minoritário

Eu desejo muito intensamente sempre permanecer minoria, ou melhor dizendo: no devir-minoritário. Há governo? Há partido? Há igreja? Há estado? Há indivíduo? Há sociedade? Há convicções? Há crenças? Sou contra. Terminantemente e irredutivelmente do contra. Vão mandar me prender, me internar ou me matar, por acaso? Sou a favor do amor! Da liberdade e do amor. Saudações libertárias!

Malditos assessores de governo!

Pessoal, assessores de governo estão a essa hora no Twitter espalhando informações falsas, desqualificando manifestações, fazendo auto-elogios, elogiando a si mesmos e os governos para os quais trabalham, enfim, quase meia-noite, eu aqui na minha casa, estudando, preparando as primeiras aulas do semestre que vai iniciar, e essa desolação que é acompanhar pessoas submissas, trabalhando para a sujeição, se assujeitando para os que assujeitam. Esses assessores de governo são terríveis. Não são gente! Certamente, não são gente. São ratos. Mas aí fiquei com pena dos ratos.

segunda-feira, 19 de agosto de 2013

Sobre a certeza

Se há alguma certeza, ela se dirige para as coisas do passado, e, mesmo assim, a certeza estaria em função das lutas políticas do presente em torno da memória social, ou seja, o presente, como o campo de batalha, faz das certezas do passado a dissolução da unidade real entre os objetos e o sujeito do pensamento, distorcendo-os, fazendo-os perder qualquer unidade, exceto a mítica, que se refaz na mitológica das sombras e ruínas de uma memória orientada ao inexistente, cuja única força é a da organização aberta, infinita, inacabada, que se atualiza a partir dos meios de fantasia de grupo que se lhe impõem.

quinta-feira, 15 de agosto de 2013

Contra os partidos da frente de esquerda

Máquinas partidárias são incompetentes e intolerantes em lidar com vozes dissidentes. Quando vozes dissidentes começam a criticar o exercício do poder no campo de práticas de um partido, as militâncias "mais orgânicas", ou seja, os aprendizes de dirigentes, atacam com ferocidade, recorrendo a padrões de ataque pessoal, emocional e repleto de mau-caratismo explicitamente perverso e, sobretudo, mal-informado. A relação com o partido é um masoquismo? É uma identificação com o grande papai? Militâncias partidárias estão cada vez mais medíocres e limitadas. Espero que algumas cabeças bem pensantes consigam se livrar dessa tralha que é a centralização partidária e o amor/medo pelo "dirigente".

segunda-feira, 12 de agosto de 2013

A maioria observadora espectadora e os protestos das minorias

O que define o impacto da intervenção política de uma minoria, na contestação radical da ordem, não é o poder intrínseco dessa minoria (afinal, uma minoria é facilmente aniquilada quando governos podem fazê-lo, seja pela violência da tortura ou seja pela simples execução sumária de minorias de militantes). O maior ou menor impacto de intervenções de minorias está em função de como "a maioria observadora, entretida pelo espetáculo" (Arendt) se comporta diante do fluxo das opiniões que dão legitimidade aos governos. O ato silencioso dessa maioria em evitar levantar o dedo e apoiar a opinião do governo é o que define a força da intervenção da minoria. Basta a maioria levantar o dedo apoiando a opinião do governo de modo resoluto que a minoria é esmagada, sem que para isso se precise da violência policial contra ela. Quando os governos precisam mobilizar forças policiais para espancar minorias em seus protestos, a lição que esses eventos dão aponta para uma chantagem da maioria observadora e entretida pelo espetáculo face aos governos. Um modo silencioso de expressar insatisfação e de chantagear seus próprios representantes, o que evidencia que a maioria é justamente a base principal de apoio do governo, quer se omita, quer acabe com o dilema ao expressar opinião pública. (inspirado diretamente em Arendt).

quinta-feira, 8 de agosto de 2013

Cristãos na política brasileira.

O cristão hoje é um consumidor querendo fazer parte da "nova classe média". Haja cristão! Haja dinheiro! Assim as igrejas como empresas vão ficar abarrotadas de mercadorias de outras empresas. É tanto pano, é tanto laço, é tanta "fé" de virar para as bandas do lado de cima do Senhor e renegar a orgiem de comunidade, a origem pé no chão, que eu fico é com vontade de ler Goethe no original, mas como não sei alemão, vou tergiversando pra cima dos irmãos, pois me pergunto se as favelas vão ficar caladas sem saber onde está o Amarildo. É tudo alemão esses cristãos do consumo promissor? É tudo cordeiro da salvação na mão dos patrão branco? Tudo na obediência. Estado pode matar e os cristãos ficam em silêncio? Só pensam na pomba do Feliciano? Onde estão os cristãos desse país que fazem barulho para consumir mercadorias e não reclamam do estado onde está o corpo do nosso irmão Amarildo?

Santa vaidade partidária!

Os representantes fazem campanhas onde colocam sua auto-imagem pessoal pública numa repetição ad infinitum. São eleitos e fazem discursos contra a vaidade humana, enquanto se pavoneiam quando entram em lugares públicos e são reconhecidos. Partido é instrumento? Sim, sei. Só se for instrumento de espelhamento: Espelho, espelho meu! Há alguém mais vaidoso do que eu? Instrumento de promoção pessoal.