domingo, 30 de setembro de 2018

As mulheres e a revolução democrática no Brasil

Mulheres liderando revolução democrática. Nenhuma instituição é capaz de representar a democracia. A democracia é a luta real das pessoas e dos seus coletivos por democracia. As eleições também não esgotam a democracia. A gestão pública também não deve ser confundida com a democracia. E nunca mais cairemos no engodo de achar que um governo eleito pelo "povo", seja ele qual for (o governo ou o povo), é o representante da democracia brasileira. Acho que esse erro a gente não comete mais. A democracia é o movimento de luta basilar por democracia real. A transformação se faz pela base, desde baixo, contra os de cima, a transformação é contra a representação política do sistema de dominação, contra a "governabilidade" ou contra "a ditadura", seja de que tipo for. É o que move a luta por democracia, não achar que o Estado é Democrático de Direito, nunca vai ser. Pode ser no máximo Estado de Direito sob pressão da luta democrática popular. E mesmo assim a fonte estatal não esgota o direito, nem o garante, pois a luta pelo direito é uma luta contra o autoritarismo de qualquer instância que se coloque como fonte única do direito. A pluralidade é a lei da terra, como dizia Hannah Arendt. O dia de ontem foi de revolução democrática. Uma ideia que a maioria de nós achava que tinha morrido. Para a gente ver como o futuro é indeterminado, está em aberto. Outro mundo é possível.

sábado, 1 de setembro de 2018

Conjuntura eleitoral de 2018

Se política for criação e experimentação de novas regras e novos contextos, o atual momento eleitoral é anti-político por excelência. É a negação da política como capacidade de fazer surgir o novo. Em defesa do indefensável, vejo discursos circulando, acusando os críticos da aliança PT-MDB como sendo puristas. Essa acusação que desqualifica a crítica de esquerda não oficial como purista é feita em nome de quê? Em nome da governabilidade? Gente, Lula está é preso por causa da governabilidade. Não somos puristas nem moralistas, mas realistas, PT com MDB é uma furada, e é isso que está aí nas eleições se dizendo de esquerda. Haddad com Eunício para salvar a democracia contra o golpe? Não dá. Prefiro ser acusado de purista do que ser aliado dos golpistas. Nenhum voto em golpista, nem em que se alia com golpista, nem quem faz campanha baseado na salvação e mistificação de quem se alia com golpista. Ou seja, nem um voto. Lascou. É de lascar o cano. Que situação braba! Até quando a gente quer ser reformista eleitoral, o pessoal capricha para não dar certo. Mudança desde baixo e contra os de cima não passa pela subalternidade aos de cima. Beco sem saída? A poucos dias para as eleições presidenciais e descobrimos, estarrecidos, que a esquerda eleitoral é a melhor amiga da direita eleitoral. Se complementam. Andam abraçados à revelia dos problemas e desafios da democracia real. Só pensam em seus cargos e máquinas e projetos de poder. Não há compromisso histórico com a mudança real das condições de vida da população. No máximo, se aferram às terapias da pobreza e apresentam as políticas compensatórias recomendadas pelo Banco Mundial como se fossem o "compromisso" com a "revolução". Nada mais falso. E ainda usam "fakenews" sobre a diminuição das desigualdades, só que acusam a direita eleitoral de usar esses fakenews. A gente observa tudo isso com uma dor no peito. Uma mistura de revolta e sentimento de impotência, o que não é nada bom.

Em tempos eleitorais...

São dogmáticos, acreditam piamente que estão certos e que todos os que os criticam estão errados. Acham que fizeram maravilhas e foram retirados do poder, tendo feito maravilhas. Acreditam que serão os vencedores da história. Fazem qualquer jogo para isso. Topam tudo por poder. Viraram máquinas de poder. Usam dinheiro a rodo de capitalistas para expandir campanhas como se elas fossem espontâneas, como se não houvesse investimentos altíssimos de máquinas profissionais de clientelismo eleitoral, como se isso fosse coisa do adversário. Dizem que não precisam de mobilizar forças de contestação, pois já possuem todas as forças de contestação necessária ao embate. São profissionais. São remunerados. Visam cargos e assessorias. Quem é, quem é?