sexta-feira, 24 de fevereiro de 2017

Republicanos de merda

E o pessoal que recebe cobrança durante as férias de duas instâncias diferentes da mesma instituição, mas diz um não para uma cobrança e responde prontamente e positivamente à outra? Tudo é tão circunstancial! Se é para ser honesto, vamos dizer não a qualquer cobrança durante as férias. Dizer não seletivo é comprometedor. A gente observa. E o pessoal que fala em nome da república mas sai à francesa das reuniões de trabalho e estaciona o carro sobre a calçada, impedindo a circulação de pedestres? São moralistas para defender seus direitos e sacanas pra caralho para empatar os dos outros. São tão republicanos que me dá vontade de peidar.

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2017

lutoluta

A meu ver, se a gente não levar a sério que luta por democracia não se resume a investimentos eleitorais, nós vamos sofrer muito mais reveses e perdas de direitos. Pior do que isso, perderemos espaço de ar respirável. Resumir política a uma questão eleitoral de luta pelo poder vai quebrar nossas pernas.

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2017

PT e PSDB, como nada muda.

Sinceramente, acho desonesto quando militantes da ex-querda dizem que a relação do PT com a corrupção foi a de uma vítima do sistema. Mesmo sabendo que a corrupção é sistêmica, é completamente falso ignorar a atitude ativa e o protagonismo de inserção de segmentos dominantes do petismo no sistema de corrupção. Não há militante de esquerda que não saiba disso e de várias histórias de engajamento ativo, com decisão, com deliberação, em esquemas de corrupção. Querem dizer que só a direita mistifica o tema, acho que a ex-querda mistifica mais, pois quer negar o envolvimento ativo com o sistema de corrupção, quer negar a cumplicidade estratégica e lucrativa com a corrupção sistêmica. Quem não sabe dos diversos militantes que tiveram que se retirar de governos do PT por não aceitarem que a governabilidade envolvia deliberação estratégica de fazer operar com "mais democracia" o sistema de corrupção? Quem não sabe disso? Quem não sabe do discurso militante que dizia que se antes havia uma empresa recebendo propina e se passaram a ser 50 empresas, e "são dos nossos", isso já é democratizar as coisas? Quem nunca ouviu essa justificativa para a tal da governabilidade? Eu ouvi muitas vezes, de militantes do PT, do PC do B, entre outros. A tentativa de manter o campo petista intocado como força política-eleitoral, de passar a mão na cabeça, de negar a cumplicidade com o sistema de dominação, enfim, com a manobra de não fazer crítica pública ao petismo, pois, afinal, não se pode deixar a direitona assumir tudo. Esse cinismo generalizado de alguns e a fé de outros, que se dizem sem igreja, mas nutrem esse ilusão de que o petismo será a força de resistência contra o que aí está. Isso tudo vai levar a luta para o ralo. Já levou. Vejo que a maioria já está com título de eleitor na mão. Não há mais esquerda, com exceção de grupelhos que estão mais para se matar entre si do que para construir debates amplos. PT e PSDB foram cúmplices ativos do sistema de clientelismo, de corrupção e de aliança pelo alto com cúpulas do grande capital. Enterraram a Nova República. Que a grande maioria ainda esteja fazendo esse jogo eleitoral PT versus PSDB, isso mostra que não há desejo de mudanças. Há desejos difusos de governo Temer. O governo Temer é o desejo inconsciente do PT e do PSDB. Por vezes, é um desejo para lá de consciente e matreiro. Ambos estão disputando por dentro o governo Temer. Enquanto isso, as massas ficam fazendo o jogo de cena que deixa o cenário intacto do esquerdopata versus coxinha. É assim que nada muda.

Igrejas e bancos

Não concordo com a tese economicista de que são os bancos que governam o país, são as igrejas. As igrejas possuem um papel muito mais relevante no governo da população do que os bancos. Afinal, a linha de crédito é ofertada pelo banco, mas é a igreja quem produz o perfil de quem pode receber a oferta de crédito. Os governos de Lula, Dilma e o atual foram menos uma coalizão de partidos e mais profundamente uma confederação de igrejas. A guinada conservadora foi iniciada e articulada pessoalmente pela presidenta Dilma, basta não ter memória curta e lembrar que a arregimentação com o que havia de mais conservador nas igrejas foi feito por Dilma.