quinta-feira, 8 de março de 2018

Princípio de realidade do mundo flexível

No mundo contemporâneo, todas as formas de conselho dizem implicitamente: foda-se você mesmo, não espere que os outros fodam você. Ou então, foda-se você mesmo de modo criativo, não se foda do mesmo modo que a maioria, seja criativo no modo de se foder, seja esperto, foda-se com prioridade. Imaginem hoje a situação das pessoas que investiram todas as suas fichas em políticas de governo que se tornaram descartáveis e circunstanciais. Imaginem essa situação drástica, a de ter confundido atividades subvencionadas por governos com a própria realidade tendencial da economia. Ter esquecido que tudo não passava de atividade induzida artificialmente, inclusive, a ascensão de uma "nova classe média", esse bordão assassino. Ele causou a morte social de muita gente. Uma crença infeliz difundida com interesses de exercício do poder. Levou a uma fragmentação sem precedentes da vida social. Efeito e causa, de modo circular, é claro. As classes médias se pensam como famílias inseridas numa competição, mobilizando seus recursos, para garantir posição a seus rebentos pela transmissão de capital educacional. Quando se prometeu "nova classe média" para todos, a condição tinha de ser arrebentar a tendência coletivista das classes populares. A fragmentação da "luta", a neutralização da "luta", sem isso não havia como prometer "nova classe média". O golpe é um efeito político dessa jogada de poder que esvaziou a capacidade coletiva de resistência dos movimentos sociais. Efeito de governos que quebraram a espinha dorsal da ação coletiva popular de contestação e luta por democracia real. O golpe conservador é efeito de outro golpe conservador. Sendo que um foi em nome do liberalismo social e o outro em nome do modelo abertamente autoritário.

quarta-feira, 7 de março de 2018

Golpe de Estado e disciplina sobre o Golpe.

O golpe de estado é o modus operandi do Estado moderno. Sou a favor de uma disciplina sobre o golpe de 2013 contra os movimentos de contestação pela criminalização das oposições radicais, o golpe de 2015 contra o social e pelo neoliberalismo conservador dos cortes da Dilma e o golpe de 2016 contra o retorno eleitoral dos golpistas anteriores, ex-aliados em briga, devido a uma capitulação da Nova República, que envolve a adesão ativa e planejada de PSDB, PT e PMDB ao sistema de corrupção, clientelismo e conciliação pelo alto, para evitar participação desde baixo na mudança das estruturas de dominação capitalista. A disciplina tinha que se chamar: Golpes recentes contra a emancipação das classes populares (2013 a 2016).

domingo, 4 de março de 2018

Individualismo sindical

Quando a pauta economicista do liberalismo social se tornou a agenda da esquerda sindical na década de 1960 na Europa e no Brasil em 1970-80 com a criação da CUT, sob a influência do sindicalismo neoliberal alemão, a luta se tornou concorrencial e individualista, portanto, reconhecendo os princípios da economia das trocas como "universal". A fragmentação e o fim da própria esquerda foi o resultado. Foi uma auto-implosão. A crise do capitalismo desorganizado é uma crise da esquerda.