domingo, 24 de fevereiro de 2019

A grande dívida

Em novembro de 2018, as grandes empresas deviam R$ 476,7 bilhões, BILHÕES, de reais à Previdência. Por que isso não entra na discussão da reforma da previdência? Por que essa dívida não é cobrada? Por que as grandes empresas não são sacrificadas para pagar essa dívida? Esse valor total da dívida é mais do que o dobro do chamado rombo da previdência que é a justificativa para a reforma que penaliza os mais fracos, divulgando ideologicamente que vai extinguir privilégios do funcionalismo de alta renda (e há sim distorções lá onde ninguém mexe, na nobreza do Estado - políticos, altas cúpulas do executivo, do legislativo e do judiciário, mas que não dá para generalizar para o todo). Uma manobra que o ressentimento de milhões está engolindo com a voracidade das emoções. Uma cegueira brutal. O desejo de nivelar tudo por baixo está gerando um efeito de desrealização geral. Os de baixo legitimando a generalização da política de empobrecimento, precarização, perdas, a que já estão submetidos, o que aumenta a desigualdade. Muitos trabalhadores do setor privado, vivendo em condições escorchantes, desejam de modo vingativo impor ao setor público que estejam em um mesmo patamar. Enquanto isso, as grandes empresas comemoram pela fragmentação política das camadas médias e do andar de baixo. Pois quase todos defendem o ponto de vista da grande acumulação de capital. A miséria exige ser ampliada. A riqueza agradece por ser ainda mais concentrada.

Nenhum comentário:

Postar um comentário