sexta-feira, 25 de agosto de 2017

Militantes jovens

Em geral, os militantes jovens do MBL, do PT, PSDB, MST e PC do B (entre outros) são muito parecidos. Sofrem de ansiedade de status. São neoliberais práticos. Ambiciosos e perversos normalizados. E costumam fazer qualquer coisa para subir na vida. Principalmente, se vender para políticos profissionais e suas máquinas partidárias. O que os diferencia são apenas as estratégias retóricas, pois a estrutura da carreira é praticamente a mesma. A representação política e os partidos são o lixo do mercado "livre" e do estado "social".

Entre avanços e retrocessos?

Economicismo da esquerda autoriza a população a apoiar qualquer governo que aumente renda. Autoriza qualquer jogo de poder que resulte em aumento de renda para os mais pobres. Se é assim, assim será. A armadilha está montada. Entre avanços e retrocessos. Essa linguagem é a prisão da esquerda. Prisão mental.

Democracia?

Não há Estado democrático. Nem de fato, nem de direito. Não há como havê-lo. Democracia é a luta por democracia. Nenhuma instituição pode representar a democracia. Democracia não é um regime de governo. Não é um atributo do Estado. Nenhuma instituição ou código é estável. E nenhuma pode representar um estado de democracia. A representação política é uma função de reprodução hierarquizante das desigualdades de um sistema de dominação estatal, do mesmo modo que a meritocracia não é apenas uma ideologia, mas um sistema de hierarquias do capital. Não há como lutar por liberdade, igualdade e solidariedade nos quadros de entendimento do sistema do Estado capital. A "mediação" do conflito é um mecanismo de reforço de novas hierarquizações de capital. A crise de esperança é uma condição de liberdade. A esperança de um mundo melhor é um óbice à luta por um mundo melhor. A nostalgia de um Estado de bem-estar supostamente perdido é uma análise mal-feita do que foi esse Estado e também uma romantização de algo que não se teve. Os mitos de um Estado de Direito contra um Estado de Polícia são cegueiras multisseculares. Só há Estado de Polícia. O Direito do Estado é o simulacro das fontes não estatais do direito, derrotadas, reprimidas, destruídas. A Guerra favorece o fortalecimento das estruturas autoritárias do Estado. Lutar contra a autocracia do capital é lutar contra as formas de autoritarismo do capitalismo de estado contemporâneo. O mercado livre é um mito.

sábado, 19 de agosto de 2017

Quem sabe história?

Chamar os nazistas de burros, imbecis, desinformados, é a fonte de energia que alimenta o sentimento de pertença nazista. Ficam dizendo que a extrema-direita não sabe de história, mas quem é que sabe, não é? Estão reforçando a construção identitária dos 300 mil simpatizantes da extrema-direita no BR. Eles se alimentam das acusações vindas da "esquerda" que os chama de imbecis, burros, desinformados, débeis mentais etc. Esqueceram o que ocorreu no entre-guerras? Em vez de ficar mandando o outro estudar história, que tal uma releituras sobre as lutas de rua entre comunistas e nazistas na república de Weimar? Relembrar é viver! Paremos de baboseira, por favor. O caras estão adorando o crescimento da massa deles, fermentada por "nossa" ignorância da história, e não da deles, apenas.

E o problema do que seja ser esquerda continua

Não há como escapar dos pressupostos implícitos estúpidos que regem quaisquer discursos. Por mais inteligente e sofisticado que se ache, a estupidez oferece o fundamento do que se diz. Quando vejo militantes de esquerda dando uma de esclarecidos a fim de esclarecer os "burros" da extrema-direita, como os qualificam, usando dos piores clichês, supostamente superiores intelectualmente aos dos "imbecis", que nada sabem, lembro que aprendi na militância de esquerda que é importante estudar, para não ficar repetindo os discursos das cartilhas da máquina partidária, de modo cego e acrítico, e ainda se sentindo superiores. Se achar na posição de esclarecer alguém sobre a estupidez do outro, desconhecendo a própria estupidez é o pior que se pode fazer. Por isso, tento seguir a ideia de que a principal revolta é contra si mesmo. É preciso autodestruir-se, minando aqueles pressupostos implícitos que nos fazem repetidores de clichês. Afinal, todo idiota é aquele que classifica o outro de idiota. Todo clichê é aquele que classifica o clichê do outro como sendo clichê. Arrogar-se em suposto portador da episteme, sem minar suas próprias bases de preconceito, é uma piada de mau-gosto. A esquerda esclarecida, que explica para a extrema-direita como esta é burra, é realmente esclarecida? A meu ver, só em tentar esclarecer o outro, supostamente burro, tapado, desinformado, reforça a própria lógica que alimenta o credo da extrema-direita. Nada mais complementar do que a esquerda esclarecida e seu denuncismo da burrice do outro ao esquema das convicções da extrema-direita, bem como do reforço da falta de autocrítica que caracteriza a militância de esquerda no seu arrogante denuncismo. Incluso, eu, com esta postagem. E os militantes de esquerda que dizem que os "burros" da extrema-direita nada sabem sobre a Venezuela, aí, então, destilam um monte de merda ignorante sobre o que se passa na Venezuela? Pense no tanto de besteira que dizem, achando que estão sendo superiores em conhecimento acumulado sobre o que se passa na Venezuela, enquanto denunciam a falta de conhecimento dos "imbecis" que nada sabem. Com uma militância de esquerda dessas, marcada por uma mistura de arrogância e sentimento de superioridade intelectual, com baixíssimo respaldo, na verdade, reproduz-se o esquema da troca de clichês, como esquema hegemônico, que denega o pensamento crítico como base da transformação. E esta postagem é uma contradição performativa, sei, sim. Militantes de "esquerda" do Brasil, antes de ficar fazendo defesas do governo Maduro e do chavismo, deveriam escutar o que têm a dizer camaradas da esquerda na Venezuela, que não são chavistas, nem defensores do governo Maduro. São dos nossos. Parem de baboseira ao defender de longe, sem ouvir os locais, o que está se passando. É um desserviço.

sexta-feira, 18 de agosto de 2017

Esquerda para quê?

Com uma maioria de "esquerda" tão fortemente integrada ao sistema, não há mais nem necessidade de fazer defesas ideológicas da sociedade burguesa. O serviço está feito. Num país onde a "esquerda" se tornou defensora do capitalismo social e aderiu ao liberalismo social, a tendência é a extrema-direita crescer. E nunca se faz autocrítica. Se a maioria dos que se dizem de "esquerda" não é anti-capitalista, por que ficar a favor da "esquerda"? Será que ainda não deu para entender? Se a esquerda diz que aceita o jogo, por que vai criticar o jogo? Quando a maioria da "esquerda" diz que "mercado, estado e capital" são realidades inquestionáveis, que não dá para pensar uma sociedade sem essas bases, para que serve então a esquerda desse tipo? Para fazer terapêuticas da pobreza?

terça-feira, 15 de agosto de 2017

Escravos da tolice

De um lado e de outro, o que percebo é uma vontade enorme de patologizar o outro, de criminalizar o outro, de medicalizar o outro, de psiquiatrizar o outro, ou seja, de fazer exclusões relacionais com os outros, demonizando-os. Momentos péssimos para discutir, debater ou questionar. E, pouco a pouco, vamos nos tornando cada vez mais escravos da tolice. Só a fuga muda a vida!

Ser de esquerda

Ser de esquerda não é ser chavista, nem adepto do fidelismo e muito menos do stalinismo. Sou a favor da revolução cubana e contra Fidel. Sou a favor da revolução na AL e contra Chávez, Maduro e Lula. Esquerda libertária. Esquerda na luta contra o Estado do capital. E contra o autoritarismo militarista que domina o imaginário da "esquerda". Esquerda não existe para defender governos, sejam eles quais forem. Esquerda é sempre para bater duro em quaisquer governos, sejam ditos conservadores ou liberais. É o campo da esquerda como luta anti-capitalista, anti-Estado, anti-partido, anti-máquina de voto etc.

A crise brasileira bate à porta

Intenso empobrecimento dos mais pobres e das classes médias assalariadas. Aumento das desigualdades. Reforço de uma sociedade baseada num cruel sistema de opressão. Isso não vem de hoje. Mas a situação está à beira de um colapso. Os segmentos dominantes, diante da crescente falta de legitimidade no campo político, só poderão se socorrer, a fim de se proteger, com as igrejas e com seus matadores. Afinal, como irão segurar a explosão de violência que vai afetar como nunca antes a história do país? A piora das condições de vida da maioria já bateu à porta. Até quando? Aonde isso tudo vai nos levar?

A crise é a crise da esquerda

Não houve vitória da direita. Mas apenas crise da esquerda. E o que levou à crise, continua a nortear partidos e movimentos. Há uma tendência de aprofundamento da crise, portanto.

Só a fuga muda a vida!

Só a fuga muda a vida! A fuga é um ato de deslocamento . De invenção. De recusa ativa de discursos de totalização. De recusa do desejo negativo de poder. De recusa do desejo de Estado.

sexta-feira, 4 de agosto de 2017

Os de cima e os de baixo.

Em que momento, fiz da recusa um ato de resistência? Abdicar ao desejo de mandar é uma salvaguarda importante de meu próprio desejo. Boicotar em mim a possibilidade de ser portador da estrutura de mando destinada aos homens brancos. Esse boicote de mim desperta desconfiança nos de cima e ressentimento nos de baixo. Nada fácil. Os de cima leem a recusa como uma afirmação de arrogância. Estaria acima deles, apesar deles serem os superiores funcionais. Os de baixo veem minha recusa como privilégio do homem branco de classe média, que se pode dar ao luxo de recusar assumir o poder ao qual sua educação foi votada. Como hesitar é uma postura que revela fraqueza, prefiro ou a total imprevisibilidade de um arroubo de produtividade fora de lugar ou a incúria da ataraxia. Quem sabe de mim, não sou eu.

Lucubrações

Vocês não sentem que o PMDB no governo traz um sentimento de paz, espiritualidade e ordem para a Nação? Afinal, o PMDB é o partido da família brasileira, não? Sinto que estamos mais ordeiros e trabalhadores. Sinto muito. O espírito de porco me habita. Não tenho especismo, muito menos contra os porcos, nossos irmãos. Nesse sentido, gostaria de dizer que "não falei, não falei que não dá para virar classe média por decreto de governo". Quando vi a liderança do PSTU, tomando um café na Livraria Cultura, todo pomposo, vestido como um bom burguês, cheio de veleidades e ressentimentos, querendo ser da elite, fui pra casa. E o líder do futuro do PSOL, que na avenida da Universidade usa chinela japonesa e de noite está passado nos panos num estilo superplayboy jantando num restaurante de 300 reais por pessoa na querida aldeota. Sim, é o líder de futuro! PSTU e PSOL estão destruindo o BR. Precisamos dizer não a esses cristãos stalinistas. Não necessariamente nessa ordem. Mas os homens brancos, altos, de classe média, há alguns não tão altos também, com uma vontade enorme de ser elite, bradando para as multidões. Que linda é a multidão, né? Tipo o Negri elogiando o PT?

quinta-feira, 3 de agosto de 2017

Fora, Temer?

Pessoas atordoadas, que há pouco tempo acreditavam que governavam o Brasil, desejam agora fazer o Salvador. O desejo do Grande Outro tomou conta da via eleitoral brasileira. E o pior é a mistura de cristianismo com stalinismo. Pense numa mistura destrutiva. A massa deseja Ordem. Estamos no fundo do poço. As eleições são uma quermesse. Notaram que enquanto "petralhas" e "coxinhas" se digladiavam nas redes sociais, se acusando mutuamente de serem a vanguarda do crime no BR, disputando o papel de quem foi mais cúmplice do sistema de corrupção, clientelismo e conciliação pelo alto com o grande capital, o PMDB ocupou seu lugar histórico. O PMDB é o partido da família brasileira. A famiglia está diretamente no poder. E não vai sair, pois "petralhas" e "coxinhas" se desacreditaram de tal modo, num lance de mútua destruição, regado por muita mentira e distorção, que todo mundo cansou. Por isso, estão deixando os caras mesmo que representam a Família. Por que não? A falta de entusiamo popular com o Fora, Temer! é bastante compreensível. Afinal, PT e PSDB seriam as alternativas das maiorias. Mais do mesmo. Voltar para o mesmo lugar. Não sair do esquema. E a saída não é eleitoral, nem muito menos partidária. Só a luta por democracia real, contra o Estado e contra o sistema do capital poderá fazer valer algum recuo por parte das forças tenebrosas da Representação Política do Brasil. Mas as maiorias estão adormecidas com seus desejos de Igreja. Inércia e mais inércia. A casa caiu.

Cristianismo stalinista e a via eleitoral no BR

PT e PSDB, cúmplices do sistema de corrupção do Estado do capital. Enterraram a Nova República. Produziram o atual contexto. Não adianta tergiversar. Não foram apenas omissos, mas cúmplices.PT e PSDB não são alternativas ao que aí está, são parte do problema, são parte do golpe e do PMDB. Enterraram de pé a Nova República. Partidos do grande capital. Com mais ou menos políticas compensatórias e nada mais. Tenho notado duas coisas nos últimos tempos. Primeiro, as pessoas muito ansiosas, começando a ceder aos apelos por absoluto. Segundo, tentativas de dizer que não há culpa, que tudo se passa sem sujeito de decisão. Problemático isso. Em momentos de crise de esperança, as pessoas começam a apostar em fetiches de absoluto, como se sem Absoluto não houvesse possibilidade de transformação do real. Tenho notado isso vindo das militâncias. É o cristianismo que não sai do stalinismo da maior parte da esquerda brasileira.

quarta-feira, 2 de agosto de 2017

A ex-querda elogia governos.

Penso que a tarefa crítica de "intelectuais" não passa por ficar fazendo defesa de governos. Sejam quais forem. Mas num momento em que "intelectuais" de esquerda só sabem elogiar governos e governantes e suas polícias, a gente fica com a sensação de que está mais do que ferrado.

Amigos de cúpula?

"Amigos" que se declaram de esquerda, justificando por que assumiram posições de cúpula em governos da oligarquia e do sistema do capital, dizendo que "sem nós lá, tudo será pior". Que heroísmo de merda, hein? E há quem engula esse tipo de fala. Não suporto essa mentira faz tempo. Prefiro perder os "amigos".