quinta-feira, 31 de outubro de 2013

Quer dizer que não é violência?

Quer dizer que não é violência o filho do Eike Batista fazer uma conta de 16 mil reais numa noite numa boate? O dinheiro é dele, né? Sei. Quer dizer que não é violência o fato de haver constituição sem garantias, os direitos negados à maioria e os deveres cobrados pela polícia? Quer dizer que não é violência a concentração de riqueza privada? Quer dizer que não é violência domesticar os sentimentos de revolta, canalizando-os para eleições? Não é violência ser eleitoreiro? Num momento crucial de contestação da ordem, militâncias partidárias de frente de esquerda tudo se refestelando com eleições nas redes sociais virtuais, comemorando eleições do ano que vem? Não é ridículo isso? Quer dizer que não é violência uma criança brasileira nascer numa favela com IDH de 0,3? Mas é violência que uma minoria dessas crianças nascidas na falta de garantias constitucionais cometa em algum momento da vida alguma violência criminal, né? Por que o cidadão é de bem, aí pode não ver violência na exclusão, mas pode ver violência no resultado dela? E por que o cidadão de bem não vê violência nos crimes cometidos pelos ricos e poderosos, muito pelo contrário, faz é se orgulhar de votar neles, de ter criminosos ricos e poderosos como representantes e dirigentes do Estado?

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