segunda-feira, 28 de outubro de 2013

Problematizar a relação com o estado.

Problematizar nossa relação com o Estado, com os partidos, com os dispositivos de segurança, com o sistema de saúde, de educação, de previdência, enfim, discutir as situações de dependência, seja no modo da integração marginal ou da marginalização integrada, é um tema que precisa compor as agendas específicas de vários fóruns. A tarefa política contemporânea passa pela problematização da relação dos indivíduos com essas entidades sociais estatais que promovem certos modos de vida em detrimento de outros, mas, principalmente, em detrimento das autonomias relativas de indivíduos e coletivos. Certa aversão de segmentos ditos de esquerdas a esse debate tem favorecido um apropriação quase que monopolizadora por segmentos conservadores, ultra-conservadores ou neoconservadores (ditos de esquerda e de direita) desse tema. Os meios de fantasia que estão sendo investidos pelas políticas de governo estão promovendo a difusão de maneiras fascistas de se relacionar com os outros e também maneiras autoritárias de centralização do exercício do poder público pela concentração do investimento em modos de vida que são autorizados pelas fantasias de grupo de segmentos fascistas (de direita e de esquerda). A socialidade contra o Estado e a recusa ativa das formas de dependência impostas pelas políticas de governo são atitudes que multiplicam, no campo de forças reais, as práticas políticas que lutam por autonomias relativas e negociações em torno de relações de interdependência mútua que não estejam centralizadas em mecanismos de subjugação do outro, como no caso das situações de dependência por integração marginal ou por marginalização integrada que parecem ocupar as pautas de ação dos governos ditos de direita ou de esquerda e também dos pequenos partidos que se dizem das frentes de esquerda, que não dizem muita coisa contra o Estado por que sonham dele se apoderar para implantar ditaduras, nomeando-as com nomes bonitos como "democracia popular" ou "campo democrático", o sonho de todo partido, como é o sonho de toda empresa, é monopolizar o mercado, destruindo concorrentes.

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