quinta-feira, 30 de novembro de 2017

Contra a representação

Acho muito legal ler cada vez mais postagens que criticam a representação política. Reflexões que apontam para uma necessidade política de superação das formas de mediação que geram hierarquias e promovem mais desigualdades do que modos de luta contra as hierarquias do sistema do capital, do racismo e da desigualdade de gênero. As coletividades em luta e de luta não serão mais as mesmas se rechaçarem tais mecanismos de mediação que passam pela forma-igreja, forma-partido, forma-sindicato e forma-estado. Estas formas fazem parte do problema e não da solução, que exige novas regras e novos modos de criar regras, que não estejam sujeitos ao sistema de dominação e exploração do Estado de polícia atual. Não desejar ser porta-voz e nem desejar ter porta-voz são nossos melhores sonhos coletivos, pois não custa lembrar que nossos piores pesadelos são os sonhos do Estado policial, racista, sexista e capitalista.

Familismo a mil

O que estamos observando no Brasil contemporâneo é uma ansiedade generalizada do familismo. O familismo é um sintoma. Fecha e abre algo. Tenta projetar a família como modelo central da vida social. Como na modernidade não há critério único de família, o familismo se torna imediatamente um desejo autoritário de acabar com a pluralidade de famílias, que é também a base sociológica da formação da sociedade civil em sua heterogeneidade.

A esquerda do Estado

Me impressiona como as esquerdas eleitorais se tornaram o braço armado das oligarquias. Defendem o Estado oligárquico como base do que chamam de "socialismo". Atuam desde já como a futura classe burocrática dirigente. Esse stalinismo que não sai dos couros desse pessoal esperto, hein? O que as pessoas dizem como sendo o seu lugar de fala mascara tanta coisa! Mascara inclusive algo sobre quem indicou o lugar comissionado de fala. Que os movimentos continuem se deixando "tutelar" pelos dirigentes da oligarquia "socialista", disso, duvido. Acho que chegou ao limite.

Guerra civil?

Por todos os lados, estou escutando as pessoas falando em "guerra civil". Há um desejo de "guerra civil" circulando que esconde o fato de a guerra civil ser a condição da sociedade estatal capitalista e não um efeito colateral qualquer. Guerra, luta e competição são princípios de organização do capitalismo global. Ninguém que adota esses princípios é marginal, é integradíssimo no núcleo do sistema. De baixo e de cima, o modelo empresa e a forma-mercado dominam a barbárie contemporânea.

Autoritarismos e fascismos redivivos

Tenho percebido que pessoas que podem ser classificadas como recorrentemente "humilhadas e ofendidas" na vida social, ou seja, que são obrigadas a se manter em situações de subalternidade, pessoas sobre quem a ordem impõe a situação de silêncio, resolveram explodir seus sentimentos, gerando expressividades autoritárias e fascistas. O problema é que a classe falante, da qual faço parte, e as classes médias altas e altas, tendem a essencializar, atribuindo o autoritarismo e o fascismo a essa classes de pessoas, quando são atributos das relações de dominação do sistema que as beneficia. A meu ver, quando a esquerda oficial se tornou abertamente oligárquica, cúmplice do sistema do capital, do racismo de Estado e do sistema de corrupção inerente ao funcionamento do Estado moderno, abriu uma grave crise de orientação política. Neste sentido, o recrudescimento do autoritarismo e do fascismo no BR são o sintoma dessa crise das esquerdas. Do mesmo modo que os governos e políticas neoliberais também o são.

segunda-feira, 20 de novembro de 2017

Contra as opressões

Ser feliz sem ser solidário com a dor do próximo faz parte da infelicidade geral. Aprendi muito cedo que o lado certo é sempre contra quaisquer opressões. Nada mais terrível do que subalternos quem adoram seus superiores. Movidos por raiva e impotência, os oprimidos podem se tornar seus maiores inimigos.

quinta-feira, 16 de novembro de 2017

Dilemas contemporâneos do ser de esquerda

As pessoas só prestam atenção no conteúdo dos discursos de ódio da extrema-direita. Mas não atentam para uma questão central. Eles explicitam a crise da esquerda e suas pretensões de superioridade moral. As esquerdas sempre fomos arrogantes supremacistas morais. Somos insuportáveis nessa ânsia de estarmos irrefutavelmente certos. A crise é nossa. A extrema-direita é sintoma. Fazer a crítica permanente das coletividades em luta e de luta é para mim uma tarefa central. Ocorre que tais coletivos que passam a vida na luta, criticando os dominantes, costumam considerar que estão acima de quaisquer críticas. Inclusive, promovem expurgos. Classificam como indesejáveis os seus membros ou os seus aliados, quando estes fazem críticas. Há fascismos que são os nossos e não os dos outros. Denunciar o fascismo do inimigo é muito fácil. O desejo que expurga é semelhante ao desejo dominante. Certos usos da noção de "meu lugar de fala" viraram formas hiperidentitarias de afirmação redundante do mesmo. Um reforço das hierarquias dadas. A reivindicação sobre quem pode e quem não pode falar passou a ser um processo para desejos autoritários. Movidos por ressentimentos e ansiedades de status. É muito difícil fazer o deslocamento do lugar do opressor. Mas não é impossível. Exige, contudo, um trabalho de um desejo de liberdade, atuando contra as hierarquias que nos habitam.

segunda-feira, 6 de novembro de 2017

A brutalidade não é tão natural quanto um sentimento...

O que seria de nós se simplesmente aceitássemos o sistema das opressões como algo que vai de si, como algo dado? O que restaria de nós além de raiva, isolamento, ressentimento e impotência diante das injustiças? Poderíamos abrir mão de sentimentos de revolta e contestação da ordem de coisas que produz e reproduz desigualdades e tantas iniquidades a elas ligadas? Penso que não. Que não podemos calar. Nem aceitar que a brutalidade é o regime natural da vida.

quarta-feira, 18 de outubro de 2017

Contrariar o Racismo de Estado

Quando a intelectualidade branca assume o despotismo esclarecido como sua atitude básica no racismo de Estado no BR, assume uma atitude amplamente reconhecida socialmente no sistema de dominação social. O intelectual branco que recusa esse caminho "natural" se torna uma aberração, um desenrraizado. Não ser porta-voz nem do meu lugar de fala é minha forma ainda que tímida de revolta. Afinal, sei que fui educado e treinado para ser portador daquela atitude.

Esquerda oligárquica

A ideia de que estamos a serviço do aperfeiçoamento das instituições é um senso comum de algo que entrou em decadência no mundo todo. Como deslocar essa herança da modernidade sem cair no imobilismo? O problema é que para a maioria agir é se engajar na política do despotismo esclarecido da modernidade autoritária e tecnocrática. Criticar tais pressupostos é ser acusado de traidor ou de desertor. Principalmente, quando se atua no Ceará, onde o governo oligárquico é quase um consenso geral. Ser de esquerda no CE é ser aliado "progressista" da oligarquia. E isso funciona assim há muito tempo.

E o horror à autocrítica?

Sempre é preciso lembrar, lamentavelmente, que aqueles a quem alguns de vocês (que são muitos) acusam de golpistas são seus próximos aliados nas eleições. Dizer que não há problema nisso é tapar o sol com a peneira. Dizer que o problema é do sistema tem sido a desculpa para tudo fazer, para tudo ser possível, para agir de modo aético. Existe um campo de decisões que funciona no campo do sistema e adentrar nele é um ato político. Dizer que agiu porque o sistema exigiu que se agisse assim ou de tal modo é algo próximo demais da má-fé. Seria dizer que não temos saída a não ser deixar que o sistema faça de nós incorrigíveis aéticos. Pior do que a fala do crime isso.

quinta-feira, 14 de setembro de 2017

Igrejas e partidos

Os adeptos do "socialismo" e do "cristianismo" só ficam sabendo que seus mitos são uns carniceiros ladrões filhos da puta apenas depois, sempre depois, nunca quando estão lá chupando e sendo chupados, sendo adorados por eles, como os mais honestos e amáveis pais de família e cidadãos de bem...Serve para pensar. E para evitar igrejas e partidos, e a ordem dos produtos não altera nada.

Máquinas de demonização

De repente, Palocci virou um demônio. Está sendo tratado por seus seguidores partidários como puro lixo. Interessante como funciona o dogmatismo partidário, né? E ainda chamam o Dirceu de herói do povo brasileiro na mesma postagem que demonizam o Palocci. Gente, quanta maldade e má-fé cabem numa máquina partidária?

quarta-feira, 13 de setembro de 2017

Democracia contra a democracia.

A democracia, como regime de governo, pode ser totalitária. O único remédio é a luta por democracia contra a "democracia". Acreditar em democracia como Estado é o pior tiro no pé. É perder as bases de que a revolução democrática não cabe em instituições. E as próprias instituições não podem ser estabilizadas.

Autoritarismo crescente?

Há autoritarismo crescente? Tente participar de uma reunião com pessoas que se dizem de esquerda defensoras do Estado democrático de direito para vocês desesperarem de vez, pois o pior autoritarismo não é o da extrema-direita. Este é o mais fácil de lidar.

terça-feira, 12 de setembro de 2017

Inocentes culpados.

E as pessoas que ficam gritando com entusiamo: "Dirceu, herói do povo brasileiro". E criticando os coxinhas por serem alienados, bonecos da grande mídia. Interessante, né? Sem falar nos que ficam defendendo com unhas e dentes o lulismo, dizendo que Lula é vítima de uma grande conspiração. E que ninguém está percebendo isso. E atacam os coxinhas por serem manipulados pelos clichês. Interessante, né? Inocentes? Sim, são inocentes. Culpados? Sim, são culpados. Quem é inocente nesse desejo de inocentar os inocentes? Quem é culpado nesse desejo de culpabilizar os culpados? Denunciar a maldade do outro, proclamar a inocência dos seus. Quem é culpado? Quem é inocente? Quanto inocência? Quanta culpa?

sexta-feira, 8 de setembro de 2017

Entre contorcionismos e escombros

A dita "esquerda" vai pagar um preço altíssimo pelo contorcionismo moral com que está operando para salvar suas ilusões da bancarrota. Observar as militâncias lulistas em ação é de dar dó de nós mesmos. Defendem o indefensável e chafurdam cada vez mais no chiqueiro de seus desejos de ser dominante. Até os que se proclamam radicais na defesa das liberdades democráticas usam retóricas cada vez mais sem sentido para defender suas tolas esperanças, principalmente, a de que o PT é portador de algum sentido de transformação da história. Tudo muito desolador. O desespero e o dogmatismo andam juntos. A desmoralização vai acabar sendo total. E a luta por democracia real vai soçobrando, esquecida entre os escombros da governabilidade.

sexta-feira, 1 de setembro de 2017

Eu apenas ia...

Eu ia escrever uma postagem dizendo que achava um absurdo que o governador do PSDB que mandou a PM espancar professores no Paraná fosse agora acusado de desviar recursos da educação, mas quando me toquei que pessoas que acreditam na Dilma e no Lula, que usaram a força nacional para espancar oposições de esquerda, criminalizando os movimentos sociais que não se venderam ao governismo, sem falar na posição a favor dos pistoleiros do agronegócio e contra os índios, iam curtir e dizer que absurdo é isso que o PSDB faz, e que o governo do CE, apoiado pelo PT, espancou professores e o PT silenciou, bem como a guarda municipal do PT também fez o mesmo em Fortaleza, desisti de escrever a postagem, pois parece que de espancar professores e movimentos de base e desviar recursos o PSDB e o PT entendem bem e nisso se entendem.

sexta-feira, 25 de agosto de 2017

Militantes jovens

Em geral, os militantes jovens do MBL, do PT, PSDB, MST e PC do B (entre outros) são muito parecidos. Sofrem de ansiedade de status. São neoliberais práticos. Ambiciosos e perversos normalizados. E costumam fazer qualquer coisa para subir na vida. Principalmente, se vender para políticos profissionais e suas máquinas partidárias. O que os diferencia são apenas as estratégias retóricas, pois a estrutura da carreira é praticamente a mesma. A representação política e os partidos são o lixo do mercado "livre" e do estado "social".

Entre avanços e retrocessos?

Economicismo da esquerda autoriza a população a apoiar qualquer governo que aumente renda. Autoriza qualquer jogo de poder que resulte em aumento de renda para os mais pobres. Se é assim, assim será. A armadilha está montada. Entre avanços e retrocessos. Essa linguagem é a prisão da esquerda. Prisão mental.

Democracia?

Não há Estado democrático. Nem de fato, nem de direito. Não há como havê-lo. Democracia é a luta por democracia. Nenhuma instituição pode representar a democracia. Democracia não é um regime de governo. Não é um atributo do Estado. Nenhuma instituição ou código é estável. E nenhuma pode representar um estado de democracia. A representação política é uma função de reprodução hierarquizante das desigualdades de um sistema de dominação estatal, do mesmo modo que a meritocracia não é apenas uma ideologia, mas um sistema de hierarquias do capital. Não há como lutar por liberdade, igualdade e solidariedade nos quadros de entendimento do sistema do Estado capital. A "mediação" do conflito é um mecanismo de reforço de novas hierarquizações de capital. A crise de esperança é uma condição de liberdade. A esperança de um mundo melhor é um óbice à luta por um mundo melhor. A nostalgia de um Estado de bem-estar supostamente perdido é uma análise mal-feita do que foi esse Estado e também uma romantização de algo que não se teve. Os mitos de um Estado de Direito contra um Estado de Polícia são cegueiras multisseculares. Só há Estado de Polícia. O Direito do Estado é o simulacro das fontes não estatais do direito, derrotadas, reprimidas, destruídas. A Guerra favorece o fortalecimento das estruturas autoritárias do Estado. Lutar contra a autocracia do capital é lutar contra as formas de autoritarismo do capitalismo de estado contemporâneo. O mercado livre é um mito.

sábado, 19 de agosto de 2017

Quem sabe história?

Chamar os nazistas de burros, imbecis, desinformados, é a fonte de energia que alimenta o sentimento de pertença nazista. Ficam dizendo que a extrema-direita não sabe de história, mas quem é que sabe, não é? Estão reforçando a construção identitária dos 300 mil simpatizantes da extrema-direita no BR. Eles se alimentam das acusações vindas da "esquerda" que os chama de imbecis, burros, desinformados, débeis mentais etc. Esqueceram o que ocorreu no entre-guerras? Em vez de ficar mandando o outro estudar história, que tal uma releituras sobre as lutas de rua entre comunistas e nazistas na república de Weimar? Relembrar é viver! Paremos de baboseira, por favor. O caras estão adorando o crescimento da massa deles, fermentada por "nossa" ignorância da história, e não da deles, apenas.

E o problema do que seja ser esquerda continua

Não há como escapar dos pressupostos implícitos estúpidos que regem quaisquer discursos. Por mais inteligente e sofisticado que se ache, a estupidez oferece o fundamento do que se diz. Quando vejo militantes de esquerda dando uma de esclarecidos a fim de esclarecer os "burros" da extrema-direita, como os qualificam, usando dos piores clichês, supostamente superiores intelectualmente aos dos "imbecis", que nada sabem, lembro que aprendi na militância de esquerda que é importante estudar, para não ficar repetindo os discursos das cartilhas da máquina partidária, de modo cego e acrítico, e ainda se sentindo superiores. Se achar na posição de esclarecer alguém sobre a estupidez do outro, desconhecendo a própria estupidez é o pior que se pode fazer. Por isso, tento seguir a ideia de que a principal revolta é contra si mesmo. É preciso autodestruir-se, minando aqueles pressupostos implícitos que nos fazem repetidores de clichês. Afinal, todo idiota é aquele que classifica o outro de idiota. Todo clichê é aquele que classifica o clichê do outro como sendo clichê. Arrogar-se em suposto portador da episteme, sem minar suas próprias bases de preconceito, é uma piada de mau-gosto. A esquerda esclarecida, que explica para a extrema-direita como esta é burra, é realmente esclarecida? A meu ver, só em tentar esclarecer o outro, supostamente burro, tapado, desinformado, reforça a própria lógica que alimenta o credo da extrema-direita. Nada mais complementar do que a esquerda esclarecida e seu denuncismo da burrice do outro ao esquema das convicções da extrema-direita, bem como do reforço da falta de autocrítica que caracteriza a militância de esquerda no seu arrogante denuncismo. Incluso, eu, com esta postagem. E os militantes de esquerda que dizem que os "burros" da extrema-direita nada sabem sobre a Venezuela, aí, então, destilam um monte de merda ignorante sobre o que se passa na Venezuela? Pense no tanto de besteira que dizem, achando que estão sendo superiores em conhecimento acumulado sobre o que se passa na Venezuela, enquanto denunciam a falta de conhecimento dos "imbecis" que nada sabem. Com uma militância de esquerda dessas, marcada por uma mistura de arrogância e sentimento de superioridade intelectual, com baixíssimo respaldo, na verdade, reproduz-se o esquema da troca de clichês, como esquema hegemônico, que denega o pensamento crítico como base da transformação. E esta postagem é uma contradição performativa, sei, sim. Militantes de "esquerda" do Brasil, antes de ficar fazendo defesas do governo Maduro e do chavismo, deveriam escutar o que têm a dizer camaradas da esquerda na Venezuela, que não são chavistas, nem defensores do governo Maduro. São dos nossos. Parem de baboseira ao defender de longe, sem ouvir os locais, o que está se passando. É um desserviço.

sexta-feira, 18 de agosto de 2017

Esquerda para quê?

Com uma maioria de "esquerda" tão fortemente integrada ao sistema, não há mais nem necessidade de fazer defesas ideológicas da sociedade burguesa. O serviço está feito. Num país onde a "esquerda" se tornou defensora do capitalismo social e aderiu ao liberalismo social, a tendência é a extrema-direita crescer. E nunca se faz autocrítica. Se a maioria dos que se dizem de "esquerda" não é anti-capitalista, por que ficar a favor da "esquerda"? Será que ainda não deu para entender? Se a esquerda diz que aceita o jogo, por que vai criticar o jogo? Quando a maioria da "esquerda" diz que "mercado, estado e capital" são realidades inquestionáveis, que não dá para pensar uma sociedade sem essas bases, para que serve então a esquerda desse tipo? Para fazer terapêuticas da pobreza?

terça-feira, 15 de agosto de 2017

Escravos da tolice

De um lado e de outro, o que percebo é uma vontade enorme de patologizar o outro, de criminalizar o outro, de medicalizar o outro, de psiquiatrizar o outro, ou seja, de fazer exclusões relacionais com os outros, demonizando-os. Momentos péssimos para discutir, debater ou questionar. E, pouco a pouco, vamos nos tornando cada vez mais escravos da tolice. Só a fuga muda a vida!

Ser de esquerda

Ser de esquerda não é ser chavista, nem adepto do fidelismo e muito menos do stalinismo. Sou a favor da revolução cubana e contra Fidel. Sou a favor da revolução na AL e contra Chávez, Maduro e Lula. Esquerda libertária. Esquerda na luta contra o Estado do capital. E contra o autoritarismo militarista que domina o imaginário da "esquerda". Esquerda não existe para defender governos, sejam eles quais forem. Esquerda é sempre para bater duro em quaisquer governos, sejam ditos conservadores ou liberais. É o campo da esquerda como luta anti-capitalista, anti-Estado, anti-partido, anti-máquina de voto etc.

A crise brasileira bate à porta

Intenso empobrecimento dos mais pobres e das classes médias assalariadas. Aumento das desigualdades. Reforço de uma sociedade baseada num cruel sistema de opressão. Isso não vem de hoje. Mas a situação está à beira de um colapso. Os segmentos dominantes, diante da crescente falta de legitimidade no campo político, só poderão se socorrer, a fim de se proteger, com as igrejas e com seus matadores. Afinal, como irão segurar a explosão de violência que vai afetar como nunca antes a história do país? A piora das condições de vida da maioria já bateu à porta. Até quando? Aonde isso tudo vai nos levar?

A crise é a crise da esquerda

Não houve vitória da direita. Mas apenas crise da esquerda. E o que levou à crise, continua a nortear partidos e movimentos. Há uma tendência de aprofundamento da crise, portanto.

Só a fuga muda a vida!

Só a fuga muda a vida! A fuga é um ato de deslocamento . De invenção. De recusa ativa de discursos de totalização. De recusa do desejo negativo de poder. De recusa do desejo de Estado.

sexta-feira, 4 de agosto de 2017

Os de cima e os de baixo.

Em que momento, fiz da recusa um ato de resistência? Abdicar ao desejo de mandar é uma salvaguarda importante de meu próprio desejo. Boicotar em mim a possibilidade de ser portador da estrutura de mando destinada aos homens brancos. Esse boicote de mim desperta desconfiança nos de cima e ressentimento nos de baixo. Nada fácil. Os de cima leem a recusa como uma afirmação de arrogância. Estaria acima deles, apesar deles serem os superiores funcionais. Os de baixo veem minha recusa como privilégio do homem branco de classe média, que se pode dar ao luxo de recusar assumir o poder ao qual sua educação foi votada. Como hesitar é uma postura que revela fraqueza, prefiro ou a total imprevisibilidade de um arroubo de produtividade fora de lugar ou a incúria da ataraxia. Quem sabe de mim, não sou eu.

Lucubrações

Vocês não sentem que o PMDB no governo traz um sentimento de paz, espiritualidade e ordem para a Nação? Afinal, o PMDB é o partido da família brasileira, não? Sinto que estamos mais ordeiros e trabalhadores. Sinto muito. O espírito de porco me habita. Não tenho especismo, muito menos contra os porcos, nossos irmãos. Nesse sentido, gostaria de dizer que "não falei, não falei que não dá para virar classe média por decreto de governo". Quando vi a liderança do PSTU, tomando um café na Livraria Cultura, todo pomposo, vestido como um bom burguês, cheio de veleidades e ressentimentos, querendo ser da elite, fui pra casa. E o líder do futuro do PSOL, que na avenida da Universidade usa chinela japonesa e de noite está passado nos panos num estilo superplayboy jantando num restaurante de 300 reais por pessoa na querida aldeota. Sim, é o líder de futuro! PSTU e PSOL estão destruindo o BR. Precisamos dizer não a esses cristãos stalinistas. Não necessariamente nessa ordem. Mas os homens brancos, altos, de classe média, há alguns não tão altos também, com uma vontade enorme de ser elite, bradando para as multidões. Que linda é a multidão, né? Tipo o Negri elogiando o PT?

quinta-feira, 3 de agosto de 2017

Fora, Temer?

Pessoas atordoadas, que há pouco tempo acreditavam que governavam o Brasil, desejam agora fazer o Salvador. O desejo do Grande Outro tomou conta da via eleitoral brasileira. E o pior é a mistura de cristianismo com stalinismo. Pense numa mistura destrutiva. A massa deseja Ordem. Estamos no fundo do poço. As eleições são uma quermesse. Notaram que enquanto "petralhas" e "coxinhas" se digladiavam nas redes sociais, se acusando mutuamente de serem a vanguarda do crime no BR, disputando o papel de quem foi mais cúmplice do sistema de corrupção, clientelismo e conciliação pelo alto com o grande capital, o PMDB ocupou seu lugar histórico. O PMDB é o partido da família brasileira. A famiglia está diretamente no poder. E não vai sair, pois "petralhas" e "coxinhas" se desacreditaram de tal modo, num lance de mútua destruição, regado por muita mentira e distorção, que todo mundo cansou. Por isso, estão deixando os caras mesmo que representam a Família. Por que não? A falta de entusiamo popular com o Fora, Temer! é bastante compreensível. Afinal, PT e PSDB seriam as alternativas das maiorias. Mais do mesmo. Voltar para o mesmo lugar. Não sair do esquema. E a saída não é eleitoral, nem muito menos partidária. Só a luta por democracia real, contra o Estado e contra o sistema do capital poderá fazer valer algum recuo por parte das forças tenebrosas da Representação Política do Brasil. Mas as maiorias estão adormecidas com seus desejos de Igreja. Inércia e mais inércia. A casa caiu.

Cristianismo stalinista e a via eleitoral no BR

PT e PSDB, cúmplices do sistema de corrupção do Estado do capital. Enterraram a Nova República. Produziram o atual contexto. Não adianta tergiversar. Não foram apenas omissos, mas cúmplices.PT e PSDB não são alternativas ao que aí está, são parte do problema, são parte do golpe e do PMDB. Enterraram de pé a Nova República. Partidos do grande capital. Com mais ou menos políticas compensatórias e nada mais. Tenho notado duas coisas nos últimos tempos. Primeiro, as pessoas muito ansiosas, começando a ceder aos apelos por absoluto. Segundo, tentativas de dizer que não há culpa, que tudo se passa sem sujeito de decisão. Problemático isso. Em momentos de crise de esperança, as pessoas começam a apostar em fetiches de absoluto, como se sem Absoluto não houvesse possibilidade de transformação do real. Tenho notado isso vindo das militâncias. É o cristianismo que não sai do stalinismo da maior parte da esquerda brasileira.

quarta-feira, 2 de agosto de 2017

A ex-querda elogia governos.

Penso que a tarefa crítica de "intelectuais" não passa por ficar fazendo defesa de governos. Sejam quais forem. Mas num momento em que "intelectuais" de esquerda só sabem elogiar governos e governantes e suas polícias, a gente fica com a sensação de que está mais do que ferrado.

Amigos de cúpula?

"Amigos" que se declaram de esquerda, justificando por que assumiram posições de cúpula em governos da oligarquia e do sistema do capital, dizendo que "sem nós lá, tudo será pior". Que heroísmo de merda, hein? E há quem engula esse tipo de fala. Não suporto essa mentira faz tempo. Prefiro perder os "amigos".

segunda-feira, 31 de julho de 2017

Autoritarismos e autoritarismos...

Pululam autoritarismos da esquerda na AL em confronto com autoritarismos da direita. Pensamento libertário de esquerda é rejeitado por todos os lados. Esse fetiche com a Venezuela ou com Cuba, esse stalinismo inscrustado numa simbologia vazia da década de 1950, tomando conta dos militantes mais jovens é tão ridículo quanto o liberalismo de boutique dos jovens neoliberais. Dou um pelo outro e não quero troco. Remunerados ambos para militar a serviço do Estado autoritário. Seja o atual ou o que está por vir.

sexta-feira, 21 de julho de 2017

Em queda livre...

A quantidade de pessoas dizendo que é preciso agir em conformidade pragmática de acordo com a lógica prática das coisas que aí estão e chamando isso de "esquerda" não está no gibi. Para alimentar conformidade lógica ao sistema, não há necessidade de esquerda. Muito menos de se declarar de esquerda. Esquerda é a não conformidade prática à lógica prática do sistema do capital. E ainda ficam alimentando discursos muito semelhantes com os dos militantes do Bolsonaro, discursos anti-intelectualistas, anti-acadêmicos, ou seja, uma esquerdazinha de merda neoliberal e néscia se afirmando por aí, desejando "ser alguém", como o liberalismo social das periferias, né?

Entre autoridade e frescura...

O líder de massas afirma: "Este país está sem autoridade" (Lula). E a massa delira no seu profundo desamparo. Na busca por alguma esperança e fé. Cai na mais absurda mistificação direitista e conservadora de um líder ameaçado, que faz com que todos os seguidores também se sintam ameaçados. A que ponto, hein? Achei foi pouco o PSOL levar uma lapada do Lula sobre sua suposta "frescura". Afinal, a maior parte da militância do PSOL nos últimos tempos hesitou e se colocou claramente em defesa de Lula e em apoio ao PT, como se houvesse aí um campo de esquerda. É melhor parar de frescura mesmo!

A ex-querda do espetáculo.

A mistificação em torno do Lula vai custar muito caro. É uma demonstração de desamparo e alienação. É a crise terminal do campo de esquerda. Muito triste. Erro político crasso. Depender de Lula para ter fé e esperança é a miséria do pensamento. É a esquerda sendo direita. É a vitória do delírio e do espetáculo. Qual o sentido de participar de uma "esquerda" pró-capitalista? Qual o sentido em usar o sentimentalismo do "social" para defender o sistema do capital e do seu Estado de dominação? Chafurdaram na lama, se sentindo cúpulas do alto poder durante anos, aí agora voltam a ser "da rua"? A crise é uma crise da esquerda. A crise é uma crise da ex-querda. O golpe foi gestado por essa crise. E a falta de autocrítica continua e a idolatria continua e a profunda mistificação também.

sexta-feira, 14 de julho de 2017

14 de julho de 2017

PSDB, PT e PMDB: cúmplices do sistema de corrupção do grande capital. Aliados das cúpulas burguesas. Agentes pró-capitalistas. Reservam políticas compensatórias para fazer a terapêutica da pobreza. Na luta anti-capitalista, não há concessão aos pelegos. Sigamos. Não fazemos parte do mesmo lado. A luta é contra o Estado do capital. É contra a representação política dos pelegos. Escolher entre o liberalismo conservador do PMDB, o liberalismo econômico do PSDB e o liberalismo social do PT na forma como gerenciam o sistema de corrupção inerente ao Estado capitalista moderno? É essa a escolha? O problema é que PMDB, PSDB e PT não gostam de andar sós. Adoram se misturar. Quem vai gerir melhor as condições neoliberais no contexto brasileiro? Façam suas apostas. Elaborem seus votos. Vamos exercer nossa cidadania. Busquemos o melhor para o Brasil. Mais uma vez o petismo e o lulismo irão canalizar energias para aquisição de capital eleitoral, esvaziando de sentido a luta coletiva contra a precarização imposta pelo sistema do capital. Afinal, os governos do PT foram agentes ativos dessa precarização e de proteção dos interesses desse sistema. Foram os governos que mais capitalizaram a favor do grande capital (isso é fala de Lula) em troca de políticas compensatórias para tratamento terapêutico da pobreza. Sem falar que no segundo governo Dilma, quase ninguém gosta de lembrar isso, foram 3 milhões de pessoas lançadas na miséria, um pouco mais do que no atual governo golpista. E que a Dilma afirmou no congresso, durante sua defesa, que tudo o que Temer estava a fazer era ela quem ia realizar, mas o congresso com pauta bomba não permitiu. Por que heroicizar esse entreguismo deslavado do reformismo conciliatório aliado com o grande capital como se não tivesse sido isso o catalisador da crise das esquerdas, pois a crise política é uma crise da esquerda? Quem promoveu um corte de 80 bilhões da área social? Governo do PT. Aí recebeu um golpe, após dar um golpe. Não há vítimas nas cúpulas de poder. As vítimas são anônimas. Não se pode tratar como vítima uma máquina de conquista do poder que toma decisões de "governabilidade", sabendo das possíveis consequências e do que se tratava. O papel de vítima é uma farsa. Quem luta pelo poder, está na chuva para se molhar. As vítimas não são esses que trabalham para o reforço do poder patronal e senhorial, agindo em nome dos descamisados. Isso é manipulação grosseira, a alegação de papel de vítima.Por que será que quando a gente faz críticas às interpretações das militâncias partidárias da ex-querda e da ex-querdinha, eles logo nos chamam de "doidos", de "esquerda macho branco", entre outros desqualificações, partem com pedras na mão e se tornam agressivos usando a linguagem dos militantes do Bolsonaro para nos agredir? Devemos nos calar? E o stalinismo não sai deles, né? Pelo tom agressivo, as minorias heterodoxas seriam as primeiras a ir para o paredão. A gente fica entre a cruz e a espada.

sábado, 24 de junho de 2017

Estado do crime

O Estado brasileiro atua como uma estrutura de ódio contra sua própria Constituição. Estado brutal, ilegal, contra os direitos, contra as liberdades, a favor de desigualdades históricas. O Estado brasileiro é um estado de sevícias praticadas contra os mais fracos e de acobertamento dos crimes do andar de cima. A luta por democracia real é premente. A revolução democrática é uma tarefa coletiva.

Perversos normalizados a serviço do poder

Tenho o desprazer de conhecer, por motivos profissionais, alguns indivíduos, "intelectuais", que sentem prazer em servir aos poderosos e comemoram quando os oprimidos são mais oprimidos. São perversos normalizados. Perigosíssimos. São capazes de roubar e matar para manter padrão classe média alta. E matam e roubam mas como andam bem vestidos (há controvérsias sobre isso) vivem nas colunas sociais. (Para os desavisados, matar e roubar aqui neste texto estão em sentido figurativo, é apenas para enfatizar a revolta com o tipo humano descrito, não vão me denunciar para as autoridades de novo, dizendo que conheço pessoas que roubam e matam, pelo amor de Deus).

Trabalhar contra o sucesso da burocracia

Se fôssemos cumprir à risca todo o mundaréu de portarias de permissão e restrição do que deveríamos fazer, a gente trabalharia a metade do que trabalha. Os gestores quando querem se impor como os agentes mais relevantes de uma organização, esquecendo que o mais importante é a qualidade e a assertividade em gerar benefícios para seus públicos, começam a legislar, legislar, legislar, dar ordens, ordens, ordens, que se fossem levadas a sério o trabalho na organização seria paralisado praticamente, paralisado para fazer o cortejo aos todos poderosos da gestão. Para trabalhar, para ser produtivo, útil e atencioso para com os públicos, precisamos ignorar e desobedecer a parafernália paralisante das gestões. Coisa de maluco! Deixem a "atividade-fim" trabalhar, pelo amor de Deus. Editar

sexta-feira, 23 de junho de 2017

Direitos humanos

A maioria dos que discursam sobre direitos humanos comete um erro crasso. Tem certeza de que está falando a partir de um ponto de vista não-problemático e universal. O que predomina historicamente é a solidariedade parcial e a tentativa da modernidade cristã de estabelecer de modo secular uma universalidade da fraternidade humana (eurocêntrica) contra os portadores do parcial (os não ocidentais), que opera como afirmação de uma solidariedade particular como sendo referência universal.

segunda-feira, 22 de maio de 2017

Dinheiro e política.

Onde há recursos de origem ilícita irrigando atividades culturais, estas podem se fantasiar de tudo, mas não me convencem. Onde há dinheiro sujo, não há política. Isso inclui os "movimentos". Crime é crime. Não adianta dourar a pílula.

quarta-feira, 10 de maio de 2017

Oportunismos e oportunismos?

Ou novas práticas de esquerda são repensadas à luz da desestatização do pensamento ou a crítica do Estado será um tema monopolizado pelos liberais chinfrins e oportunistas desse país, também marcado por socialistas chinfrins e oportunistas. As novas práticas serão fatalmente uma nova forma de oportunismo? Eis a questão! Uma delas, aliás.

Vamos cuidar da vida!

Sou contra os manifestantes contra e a favor de Lula. Dentro disso, não há recusa ativa do sistema de dominação. Sou contra quem é contra Lula e contra quem é a favor de Lula. PMDB, PSDB e PT, cúmplices do sistema de corrupção, do clientelismo e da conciliação com o grande capital pelo alto. Nem FHC, nem, Lula, nem Dilma, nem Temer. Vamos boicotar o espetáculo dos mitomaníacos e seus desejos de Estado e de Capital. Abaixo o sistema do capital e seus "mediadores" e sua "representação". O momento é de recusa. Inclusive, de recusa do Lula e do PT. Do FHC e do PSDB. Do Temer e do PMDB. De recusa ativa do sistema de dominação do capital. Desobedecer e não endossar mitos, seja mito de ex-querda ou de direita. A mitomania é a falência da revolta contra quaisquer formas de opressão. Pronto, conseguiram unificar quase todo mundo em torno de Lula e do petismo. Trabalho super bem-feito dessa galera que não tem contato nenhum com a realidade do país. Até o pessoal que era de oposição, agora, é PT e Lula de novo e sempre. Ou tem eleições ou haverá ditadura. Depois dizem que são todos poderosos, não são. Fizeram um tremendo gol contra. A esquerda que antes era crítica ferrenha do petismo e do lulismo voltou toda a ser lulista e petista. PSOL se confirma com sigla do PT, que corre como se fosse por fora, diga-se de passagem. Mas o pior não é o PSOL, são os que falavam em barricadas, esses aí viraram a casa e passaram a defender o Estado em nome de liberdades democráticas. Não dá para confiar nas barricadas. Lula será presidente de novo ou será guerra. Não estou defendendo uma coisa nem outra. O desejo de representação é imenso no BR. A ideia de crise de representação não serve para a realidade brasileira. Não diz nada.

sábado, 6 de maio de 2017

Legitimacão

Se os ricos não aceitam mais a ideia de "justiça social", como irão se legitimar como dominantes? Empreendedorismo, mercado livre, consumidor soberano etc. Mas isso legitima apenas uma atitude generalizada de mercado, não legitima o sistema de dominação como um todo. Família e religião são os mecanismos imprescindíveis, não?Legitimacao

domingo, 30 de abril de 2017

As "reformas" para a manutenção do racismo

As "reformas" trabalhista e da previdência escondem o fortalecimento da estrutura dos privilégios para certos segmentos dominantes do Estado e da sociedade civil. O motivo profundo da reforma é a manutenção de tal estrutura história de privilégios. O uso de terminologias liberais é um poderoso despiste, uma cortina de fumaça. Usam discursos liberais para afirmar historicamente um Estado de hierarquias sociais baseada no racismo institucional do Estado brasileiro.

sexta-feira, 28 de abril de 2017

Greve geral de merda

Os segmentos mais dependentes do clientelismo, da corrupção e da violência do Estado são os que mais usam a ideologia do mérito e o mito do mercado para defender o andar de cima e tirar alguma casquinha das migalhas que caem das mesas dos Senhores. A meu ver, não há crise de representatividade política no BR. Trata-se de uma interpretação eurocêntrica. O BR possui um desejo enorme de representatividade política num sentido sem rupturas. A greve geral de amanhã é sintoma disso. FHC, Lula, Dilma e Temer. Governos cúmplices do sistema de corrupção, do clientelismo e da conciliação pelo alto com as demandas do sistema neoliberal e neoescravagista do capital. Governos traidores da luta do povo. Abaixo PSDB, PMDB e PT. Greve geral não combina com desejo eleitoral. Uma coisa tem me chamado a atenção nos últimos tempos. As pessoas quando são contrariadas por opiniões que diferem das suas têm recorrentemente classificado a opinião do outro como coisa de louco, idiota, burro, débil mental, retardado, analfabeto, imbecil, viado, sapatão, e por aí vai. As pessoas nas lutas por supremacia trazem todo o arsenal de preconceito à tona. Interpretou algo diferente, já é classificado de burro, como se nesse mundo de merda só não houvesse interpretações de merda por todos os lados. Lembro que estava tempos atrás fazendo uma crítica ao PT, aí militantes do PSOL morriam de me elogiar. Fiz depois umas críticas ao PSOL, os mesmos militantes que me elogiavam me classificaram de "louco", psiquiatrizaram-me. O interessante é que quando fiz uma crítica ao governo do Estado a assessoria de imprensa do governo me chamou de "irresponsável". Encontrei um modus operandi entre o governo e o PSOL. Aí me afastei do PSOL. Na minha avaliação, as pessoas que associam a greve geral ao PT erram por falarem isso com raiva, com agressividade, mas acertam bastante do ponto de vista pragmático. Dizer que a maioria dos que fazem passeata cívica hoje não estão com o desejo eleitoral ligado ao Lula 2018 é tapar o sol com a peneira. Se fosse greve geral não eleitoral, não seria na sexta, seria na quarta, como sempre foi historicamente. O preconceito é um erro, mas há um acerto analítico no preconceito, isso está ligado ao conceito de ideologia. As ideologias precisam ser plausíveis, e é plausível sim associar a greve geral ao desejo eleitoral da maioria ligado ao PT. Não vejo delírio nisso. Por que não? Só porque alguns expressam isso com ódio, deixa de ser plausível? 14 milhões e 200 mil desempregados no país. Isso funciona como uma condição objetiva para a destruição do emprego. Destruir o emprego, tendo uma realidade de desemprego assombrando a maioria, é uma estratégia inteligente da classe dominante. Estão conseguindo unificar suas disputas internas. A vitória hoje é do capital, pois a maioria com desejo eleitoral vai precisar de capital para as próximas eleições e todo mundo já se mobiliza para isso. Para fazer jogar capital na eleição do Lula 2018. Ou será que mais uma vez a ex-querda vai querer dizer que o jogo político do PT 2018 vai ser sem medo de ser feliz? Papo furado. Mito. Igual aos que alimentam o Bolsomito. Lula neutralizou a luta de classes no BR, usou isso como moeda política, assinala que se estivesse no governo, não haveria greve geral, se vangloria disso, de ser pelego. Os sindicatos vendidos com faixas de luta de classes hoje, quando ficaram de bico calado e molhado durante anos e anos de peleguismo oficial no poder. Fora traidores da revolução popular. Fora peleguismo entreguista atrelado ao sistema do grande capital. Fora ex-querda pelega, oportunista, cúmplice do sistema de dominação.

quarta-feira, 26 de abril de 2017

Próximo à greve geral.

Uma greve geral numa sexta-feira é um modo café com leite de fazer as coisas. Tinha que ser na quarta, pois virava uma semana de greve geral. Mas o motivo eleitoral da maioria não permite isso, né? Tudo tão triste, fico meio sorumbático só de pensar. Ser convocado pelo Ciro, Lula e Guimarães para fazer greve geral é pior do que bater em mãe. Enquanto a maioria estiver fazendo evento eleitoral no lugar que deveria ser de luta, nada vai sair do canto e as reformas neoliberais vão passar, pois até Lula e Dilma eram a favor delas. Governo Dilma foi muito mais violento contra os índios, mas a maioria dos que agora reclama, silenciou profundamente. Esse tipo de impostura é inaceitável. Quando o massacre era pelas mãos do governo do PT, quase ninguém se solidarizava com os índios. Assim não dá. Se 9, em cada dez, brasileiros dizem que país está no rumo errado, por que o rumo errado é cada vez mais adotado como rumo efetivo do país? Há algo de muito errado com uma população que aponta o caminho como errado e silencia diante dos que a levam pela mão para consolidação do caminho errado, não?

segunda-feira, 24 de abril de 2017

Na mais perfeita normalidade.

E tudo na mais perfeita normalidade no Ceará. Apenas 1 milhão e 200 mil crianças e adolescentes na pobreza. Dos quais quase 600 mil na miséria (extrema pobreza). Além de um terço da população de Fortaleza vivendo em situação de favelamento. Tudo na normalidade, como afirmam os jornais das oligarquias.

quinta-feira, 20 de abril de 2017

Esquerda?

Os bastardos que nos dirigem estão testando até onde podem foder com a gente, estão checando nossos limites. Estão experimentando quão grave é a crise das esquerdas. Vão avançando, sentindo se podem ir mais e então seguem dando gargalhadas às nossas custas. Quando a esquerda vai voltar a ser esquerda? Se não for logo, não vai sobrar nada.

sábado, 15 de abril de 2017

Neutralização da política

Não consigo parar de lembrar que existem 500 mil crianças na miséria no Ceará. Isso me atormenta. Não dá para encostar a cabeça no travesseiro e dizer que está tudo maravilhoso. Meio milhão de crianças na extrema pobreza, situação agravada pela persistente violência doméstica contra crianças. Não dá para calar. A indiferença e a impassibilidade diante da dor dos outros é o mal maior. A fuga da realidade como uma fuga da responsabilidade é uma consequência disso. Não consigo parar de lembrar que há meio milhão de crianças em situação de miséria no CE. Por que o sofrimento social dos filhos dos outros não interessa a todos, não é o objeto principal da política? Não seria uma questão ética o concentrar esforços coletivos para superar essa dura realidade? A solidariedade é o principal problema político. E a falta dela é a neutralização da política.

Passividade e indiferença?

Se três quartos das campanhas eleitorais foram financiadas de maneira criminosa, o sistema político acaba de quebrar a máxima que diz que não se deve generalizar. Três quartos permite uma senhora generalização, não? Pensem numa sinuca de bico. Como legitimar as coisas daqui para frente? Que tipo de crença dará sustentação a um brutal sistema de desigualdades? Mas não penso que haverá uma tomada de consciência generalizada. Ao contrário, acho que haverá aumento da indiferença e da passividade. Não estou nada otimista com esse denuncismo explícito. Se está explícito é porque querem esconder algo, algo não está sendo mostrado. O que será?

Contra as injustiças

Pensar a produção da riqueza em suas formas cooperativas, cuja geração visa realizar formas de vida que não estejam marcadas pelas desigualdades. Liberar as diferenças dos mecanismos de captura que as transformam em dispositivo de hierarquização. Produzir a riqueza para liberá-la do ato de a produzir, rompendo com a nefasta ideia de acumulação ilimitada de riqueza. Produzir diferença para multiplicar a riqueza, evitando a liberação da capacidade aquisitiva, seja em forma privada ou estatal, promovendo a liberdade pública pelo controle democrático do poder, do sucesso e do dinheiro. Eliminando a própria "necessidade" do controle pela eliminação da competição invejosa que o justifica.

O Estado é o Crime

O Crime é o Estado. Ou o Estado não é um mecanismo amplificador de desigualdades? Os sonhos do Estado são os nossos piores pesadelos. O desejo do Estado é o desejo do sistema de dominação. E o desejo do Capital é o desejo de um Estado só seu. Um Estado axiomático, um Estado-capital.

A crise da esquerda

A crise é uma crise da esquerda. Foi a adesão da ex-querda e de seu eleitorado ao esquemão que legitimou o que aí está. Por isso, a luta é uma luta interna.

sexta-feira, 14 de abril de 2017

Política da vizinhança ampliada

Quanto mais as pessoas vivem sem direitos, mais elas se embrutecem e sentem raiva de si mesmas; e odeiam os que lutam por direitos, pois isso as confronta em sua impotência paralisante. E tudo de modo muito inconsciente. Definitivamente, não é bom que nossos vizinhos vivam em situação de pobreza, miséria, empobrecimento. Ninguém pode viver bem como se fosse uma ilha, uma bolha, arrodeada de infelicidade coletiva por todos os lados. Não dá. A infelicidade coletiva nos diz respeito sempre.

quinta-feira, 13 de abril de 2017

Memórias

Quem não sabia que nas décadas de 1970 e 1980 muitos membros da juventude dos partidos de esquerda estavam ávidos por continuar a promover desvios do dinheiro das entidades para alimentar enriquecimento ilícito (pessoal ou dos coletivos)? Carteira de estudante gerou muito patrimônio ilícito. E quem não sabia que muitos deles, quase todos, viraram figuras políticas importantes nos governos do PT e do PSDB? Na década de 1990, quem não sabia que trabalhar nos comitês eleitorais permitia pegar grana in cash nas salas lotadas de dinheiro e que a classe média ia para o esquema para trocar carro e apartamento? Era a coisa mais comum do mundo e continuou sendo. Se engajar em campanhas do PSDB era certeza de tirar uma grana boa. Depois o PT imitou igualzinho.

Nossos melhores amigos

E os amigos que vivem horrorizados com o sistema de corrupção mas trabalham diretamente para os operadores oligárquicos do sistema? E os amigos que vivem falando perplexos do sistema de corrupção mas foram remunerados nas eleições por serviços prestados ao oligarcas com dinheiro do caixa 2? São tantos, que cansa minha beleza. Quantos não receberam dinheiro nas últimas eleições para militar? Foi gente demais. Basta olhar para "nossos melhores amigos", estão quase todos lá nas boquinhas. A corrupção é um sistema pessoal e íntimo no Brasil. As pessoas sorridentes que nos abraçam estão penduradas nas tetas das oligarquias, enquanto mostram suas perplexidades com tanto absurdo aqui nas redes virtuais. Por isso não haverá protestos. Não faz sentido. É muita capilaridade que esse lance tem. Esse lance todo é tão íntimo, é tão pessoal, a gente conhece o funcionamento disso que está de repente causando perplexidade há tanto tempo, éramos tão íntimos disso tudo, tão cúmplices e comprometidos com isso tudo, e agora viramos cidadãos de outro lugar? Não temos mais amigos e familiares se aproveitando dessa boquinha toda? Perplexidade com quê? Tem gente que numa semana estava jantando sorridente com os corruptos e na semana seguinte, quando caíram, estão falando do absurdo desses corruptos. Uma rede interpessoal ampla e difusa sustenta o sistema social da corrupção brasileira. É muita gente. Muita gente comprou apartamento e carro com dinheiro de caixa 2 nas assessorias e nas consultorias para os governos do PT, do PSDB e do PMDB. Muita gente. Quem não conhece dez casos pelo menos? O dinheiro corria solto. Era mobilidade social ascendente. Há redes familiares inteiras vivendo disso há décadas. O sistema do clientelismo é o que sustenta o sistema de corrupção. Vamos contar nos dedos quantos conhecidos participaram disso. Vai faltar mão pra contar.

terça-feira, 11 de abril de 2017

Os estúpidos.

A quantidade de homens marcados pela impotência, pela mente superficial e acanhada, estúpidos, ressentidos, sorumbáticos, deprimentes, aderindo a redes de expressão de ódio, nas quais eles se posicionam como super agressores, quando sabemos que no contato face a face são uns invisíveis e esquecidos, está se tornando um caso muito preocupante. A rede de ódio como mecanismo compensatório para uma vida reles, sofrida e diminuída, o que envolve um desejo de crime, um desejo de extravasar no crime, um delírio perigoso.

Os embrutecidos.

Mas uma coisa é certa, a ampliação do universo embrutecedor de pessoas embrutecidas desrealiza o esforço milenar de controle e autocontrole da agressividade humana. Em geral, os embrutecidos são os que desejam transferir o aguilhão que os atingiu, embrutecendo-os. Um corpo marcado pela brutalidade ou definha ou brutaliza quem esteja ao alcance. Tempos brutais são tempos de perda. Tempos de supremacia dos que gritam e fustigam, pois como alvos de gritos e punições não admitem morrer sozinhos.

Os cosmopolitas

Algumas pessoas que possuem intimidade com altas cúpulas do poder oligárquico esquecem das distâncias que alimentam com seu bem-querer e passam a tratar altos mandatários oligárquicos em público por apelidos de infância. Soa tão ridículo, que fico com vergonha da falta de vergonha alheia. Tudo tão naturalizado para alguns fazer parte das corriolas do poder que esquecem que poderiam ao menos relativizar suas posturas por terem nascido dentro do berço da oligarquia. Mas as pessoas são cosmopolitas, não vão perder tempo com essas reflexõezinhas de nada.

domingo, 5 de março de 2017

Sem divisas

Não há mais como delimitar com certeza divisas sobre quem é conservador e quem é progressista, quem é de esquerda e quem é de direita. Tempos embaralhados. Tudo embaralhado e ambivalente.

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2017

Republicanos de merda

E o pessoal que recebe cobrança durante as férias de duas instâncias diferentes da mesma instituição, mas diz um não para uma cobrança e responde prontamente e positivamente à outra? Tudo é tão circunstancial! Se é para ser honesto, vamos dizer não a qualquer cobrança durante as férias. Dizer não seletivo é comprometedor. A gente observa. E o pessoal que fala em nome da república mas sai à francesa das reuniões de trabalho e estaciona o carro sobre a calçada, impedindo a circulação de pedestres? São moralistas para defender seus direitos e sacanas pra caralho para empatar os dos outros. São tão republicanos que me dá vontade de peidar.

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2017

lutoluta

A meu ver, se a gente não levar a sério que luta por democracia não se resume a investimentos eleitorais, nós vamos sofrer muito mais reveses e perdas de direitos. Pior do que isso, perderemos espaço de ar respirável. Resumir política a uma questão eleitoral de luta pelo poder vai quebrar nossas pernas.

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2017

PT e PSDB, como nada muda.

Sinceramente, acho desonesto quando militantes da ex-querda dizem que a relação do PT com a corrupção foi a de uma vítima do sistema. Mesmo sabendo que a corrupção é sistêmica, é completamente falso ignorar a atitude ativa e o protagonismo de inserção de segmentos dominantes do petismo no sistema de corrupção. Não há militante de esquerda que não saiba disso e de várias histórias de engajamento ativo, com decisão, com deliberação, em esquemas de corrupção. Querem dizer que só a direita mistifica o tema, acho que a ex-querda mistifica mais, pois quer negar o envolvimento ativo com o sistema de corrupção, quer negar a cumplicidade estratégica e lucrativa com a corrupção sistêmica. Quem não sabe dos diversos militantes que tiveram que se retirar de governos do PT por não aceitarem que a governabilidade envolvia deliberação estratégica de fazer operar com "mais democracia" o sistema de corrupção? Quem não sabe disso? Quem não sabe do discurso militante que dizia que se antes havia uma empresa recebendo propina e se passaram a ser 50 empresas, e "são dos nossos", isso já é democratizar as coisas? Quem nunca ouviu essa justificativa para a tal da governabilidade? Eu ouvi muitas vezes, de militantes do PT, do PC do B, entre outros. A tentativa de manter o campo petista intocado como força política-eleitoral, de passar a mão na cabeça, de negar a cumplicidade com o sistema de dominação, enfim, com a manobra de não fazer crítica pública ao petismo, pois, afinal, não se pode deixar a direitona assumir tudo. Esse cinismo generalizado de alguns e a fé de outros, que se dizem sem igreja, mas nutrem esse ilusão de que o petismo será a força de resistência contra o que aí está. Isso tudo vai levar a luta para o ralo. Já levou. Vejo que a maioria já está com título de eleitor na mão. Não há mais esquerda, com exceção de grupelhos que estão mais para se matar entre si do que para construir debates amplos. PT e PSDB foram cúmplices ativos do sistema de clientelismo, de corrupção e de aliança pelo alto com cúpulas do grande capital. Enterraram a Nova República. Que a grande maioria ainda esteja fazendo esse jogo eleitoral PT versus PSDB, isso mostra que não há desejo de mudanças. Há desejos difusos de governo Temer. O governo Temer é o desejo inconsciente do PT e do PSDB. Por vezes, é um desejo para lá de consciente e matreiro. Ambos estão disputando por dentro o governo Temer. Enquanto isso, as massas ficam fazendo o jogo de cena que deixa o cenário intacto do esquerdopata versus coxinha. É assim que nada muda.

Igrejas e bancos

Não concordo com a tese economicista de que são os bancos que governam o país, são as igrejas. As igrejas possuem um papel muito mais relevante no governo da população do que os bancos. Afinal, a linha de crédito é ofertada pelo banco, mas é a igreja quem produz o perfil de quem pode receber a oferta de crédito. Os governos de Lula, Dilma e o atual foram menos uma coalizão de partidos e mais profundamente uma confederação de igrejas. A guinada conservadora foi iniciada e articulada pessoalmente pela presidenta Dilma, basta não ter memória curta e lembrar que a arregimentação com o que havia de mais conservador nas igrejas foi feito por Dilma.