sexta-feira, 28 de abril de 2017

Greve geral de merda

Os segmentos mais dependentes do clientelismo, da corrupção e da violência do Estado são os que mais usam a ideologia do mérito e o mito do mercado para defender o andar de cima e tirar alguma casquinha das migalhas que caem das mesas dos Senhores. A meu ver, não há crise de representatividade política no BR. Trata-se de uma interpretação eurocêntrica. O BR possui um desejo enorme de representatividade política num sentido sem rupturas. A greve geral de amanhã é sintoma disso. FHC, Lula, Dilma e Temer. Governos cúmplices do sistema de corrupção, do clientelismo e da conciliação pelo alto com as demandas do sistema neoliberal e neoescravagista do capital. Governos traidores da luta do povo. Abaixo PSDB, PMDB e PT. Greve geral não combina com desejo eleitoral. Uma coisa tem me chamado a atenção nos últimos tempos. As pessoas quando são contrariadas por opiniões que diferem das suas têm recorrentemente classificado a opinião do outro como coisa de louco, idiota, burro, débil mental, retardado, analfabeto, imbecil, viado, sapatão, e por aí vai. As pessoas nas lutas por supremacia trazem todo o arsenal de preconceito à tona. Interpretou algo diferente, já é classificado de burro, como se nesse mundo de merda só não houvesse interpretações de merda por todos os lados. Lembro que estava tempos atrás fazendo uma crítica ao PT, aí militantes do PSOL morriam de me elogiar. Fiz depois umas críticas ao PSOL, os mesmos militantes que me elogiavam me classificaram de "louco", psiquiatrizaram-me. O interessante é que quando fiz uma crítica ao governo do Estado a assessoria de imprensa do governo me chamou de "irresponsável". Encontrei um modus operandi entre o governo e o PSOL. Aí me afastei do PSOL. Na minha avaliação, as pessoas que associam a greve geral ao PT erram por falarem isso com raiva, com agressividade, mas acertam bastante do ponto de vista pragmático. Dizer que a maioria dos que fazem passeata cívica hoje não estão com o desejo eleitoral ligado ao Lula 2018 é tapar o sol com a peneira. Se fosse greve geral não eleitoral, não seria na sexta, seria na quarta, como sempre foi historicamente. O preconceito é um erro, mas há um acerto analítico no preconceito, isso está ligado ao conceito de ideologia. As ideologias precisam ser plausíveis, e é plausível sim associar a greve geral ao desejo eleitoral da maioria ligado ao PT. Não vejo delírio nisso. Por que não? Só porque alguns expressam isso com ódio, deixa de ser plausível? 14 milhões e 200 mil desempregados no país. Isso funciona como uma condição objetiva para a destruição do emprego. Destruir o emprego, tendo uma realidade de desemprego assombrando a maioria, é uma estratégia inteligente da classe dominante. Estão conseguindo unificar suas disputas internas. A vitória hoje é do capital, pois a maioria com desejo eleitoral vai precisar de capital para as próximas eleições e todo mundo já se mobiliza para isso. Para fazer jogar capital na eleição do Lula 2018. Ou será que mais uma vez a ex-querda vai querer dizer que o jogo político do PT 2018 vai ser sem medo de ser feliz? Papo furado. Mito. Igual aos que alimentam o Bolsomito. Lula neutralizou a luta de classes no BR, usou isso como moeda política, assinala que se estivesse no governo, não haveria greve geral, se vangloria disso, de ser pelego. Os sindicatos vendidos com faixas de luta de classes hoje, quando ficaram de bico calado e molhado durante anos e anos de peleguismo oficial no poder. Fora traidores da revolução popular. Fora peleguismo entreguista atrelado ao sistema do grande capital. Fora ex-querda pelega, oportunista, cúmplice do sistema de dominação.

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