domingo, 13 de maio de 2018

As raivas não são poucas

Vocês já notaram que pessoas que defendem ideias de total mercantilização das relações costumam desejar e requerer audiência não remunerada para a escuta de suas ideias? Afinal, suas ideias não remuneram ninguém por si mesmas. Pessoalmente, nem pago, eu entro para essa audiência. Aquele que mais defende o dinheiro como princípio universal é aquele cuja carência mais pede um ombro amigo para escutar gratuitamente seus lamentos. Contradição performativa é pouca! E o pessoal com baixíssimo capital informacional que defende a competição de alta performance como princípio de associação? O famoso pobre liberal. Não aguenta quase nenhuma competição, exceto aquelas onde se destaca entre quase indigentes. Se tratado como competidor em jogos duros de mercado, cai rapidinho, não dura alguns segundos. Mas está lá, o típico sofredor. Não é nem aceito nos ambientes que ele defende. Não perde o aspecto idiota do sorriso estampado numa série de perdas humilhantes que não são vivenciadas como tal, mas como ganho de resiliência. Pobre liberal ou é do crime ou é da política, e parece que a ordem dos fatores não altera muito o produto. Mas são perigosos. Perigosos demais. Como os criminosos e os políticos que são. E as pessoas que fazem tudo na vida para assumir posições de mando e depois começam com aquela ladainha de que estão ali no mando se sacrificando em nome do coletivo? Me dá uma vontade enorme de vomitar, quando escuto isso. Pessoal tem maior tesão no mando e depois vem com papo-furado que não convence nem a mãe deles ou delas. O liberalismo é o que há de mais sedutor, quando se vive uma vida de crescente conforto material. É quando o eu se torna arrogante e passa a classificar o que não é espelho de fracassado. O mercado livre passa a ser o sintoma de tal distorção da realidade. Um mito. O mito do eu super herói. A estultícia de acreditar num eu vencedor. Para a maioria, o acesso ao dinheiro está se tornando cada vez mais difícil. Os próximos anos serão de aumento da miséria e da pobreza. Desigualdades a mil. Para muitos, uma única refeição por dia voltou a ser uma realidade persistente. As crianças são as pessoas que mais sofrem com isso. Existem aquelas pessoas que sabem que estão empobrecendo e outras que não se tocaram disso ainda. Estou me referindo aos que se acham de classe média. As classes médias norte-americanas foram esmagadas. Estão de joelhos. A própria classe média virou um mito.

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