terça-feira, 22 de maio de 2018

Na luta contra os partidos

Há quem se empolgue e ponha todas suas energias em campanha eleitoral nessa altura do campeonato? Sim. Há. Afinal, do que vivem as máquinas partidárias? Vivem dos cargos que são capazes de distribuir para suas militâncias. Se não conseguirem remunerar a militância, o partido quebra. O negócio não funciona. Principalmente, os que vivem de retóricas radicais. Remunerar a militância é o mecanismo central dessa formas partidárias do Estado. Por isso, que é vaidade atrás de vaidade em nome "da luta". Carreirismo e individualismo burguês em nome "do coletivo". Muito desolador. O partido político é uma estrutura de Estado. E o partido político da esquerda eleitoral, principalmente, o radical, é o sonho de dirigir um novo Estado. Os militantes são megalômanos. E também mitômanos convictos. Usam de retóricas radicais para esconder o sistema de preço de sua militância. Elaboram discursos inflamados para mascarar seus anseios de serem os dominantes no processo. As utopias são totalitárias. As revoluções são fabricadoras de Estados. Apenas a revolta ativa, a recusa ativa, de quaisquer formas de opressão, incluindo os partidos, podem deslocar os rumos das coisas. A luta não está no partido. E a ideia de que o partido é apenas ferramenta de luta é mentirosa. O partido é uma atividade em si, como todo o Estado moderno. A quantidade de gente que se diz de esquerda trabalhando para o governo Temer não está no gibi. O pior é o tipo de justificativa que elaboram. Dizem que se eles e elas não estiverem na estrutura do governo Temer, as condições podem piorar mais ainda. Ou seja, são os heróis da luta, pois estão lá disputando dentro do espaço institucional as melhorias para o povo. É essa mitomania, associada ao mal-caratismo, que não dá mais para engolir. Chamam o governo de golpista e promovem as ações de legitimação do governo golpista. Mas são os salvadores, é claro! Essa Esquerda de Estado é o cúmulo da canalhice.Muitas militâncias oficiais e partidárias, desde muito tempo e até hoje, são clientelas de figurões do partido. O pior é que adotam estilos alternativos e descolados de nova esquerda cultural, enquanto lutam por cargos. Por isso que vivem de um lado para o outro, mamando nos cargos do partido e nas indicações do patrões do partido, que podem por um ali, outro acolá. Mas as retóricas que usam são mas mais esquerdistas que há. Parecem a vanguarda da revolução mundial. Mas não passam de uns imitadores baratos do PMDB, que renegam publicamente de modo arrogante o PMDB, mesmo agindo tal qual na prática efetiva que adotam.

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