quinta-feira, 12 de abril de 2018

Uma conversa perdida na memória

Uma vez, conversei com Lula. Foi em 1986. O sinal fechou. Ele estava no carro ao lado. Foram alguns minutinhos de conversa. Uma conversa de janela à janela. Quando ele vinha à Fortaleza, era uma alegria. Não desejo a prisão do Lula. Também acho um absurdo que num país com Michel Temer presidente, ele seja impedido dessa forma de ser candidato. Além dos outros livres e soltos que são perigosíssimos e foram acobertados pelo sistema. Fiz todas as campanhas do Lula. A de 1989 foi a mais emocionante. Não era do PT, mas a gente fazia a campanha com o mesmo empenho da militância do PT. O PT capitulou e levou consigo o projeto mais amplo do campo democrático popular, que não se restringia ao PT. PT foi engolido, mas foi engolido no seu desejo de poder, não foi um cordeirinho sendo engolido pelo lobo mau. A militância sabe disso, pelo menos a que vivenciou de perto. Hoje é um dia muito tenso. De um jeito ou de outro, há uma perda. Mas é uma perda que foi anunciada. Uma perda de projeto. Sei mais nem o que pensar. Só no nervosismo mesmo.

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