domingo, 12 de abril de 2015

Intelectuais e intelectuais. Entre serviçais e críticos da dominação.

Existem intelectuais que atuam como serviçais do campo do poder no anonimato. São eminências pardas. Estão lá, tentando fazer tudo funcionar no interesse da dominação. Vivem na obscuridade, nas sombras, e usufruem de vida confortável com suas famílias de modo calado, silencioso, sem modos espalhafatosos. A maioria dos intelectuais trabalha deste modo. Enquanto isso, alguns assumem a posição de palhaços do sistema, atuam abertamente, vendem a si mesmos como os calhordas, os canalhas, isso também tem uma função, uma cortina de fumaça. O fato é que a maioria dos intelectuais troca viagens, restaurantes, escolas privadas, entre outras regalias de quem é eficiente serviçal da classe dominante, por obediência operante, para colocar a inteligência a serviço do trabalho de dominação. Intelectuais, raramente, saem de posições confortáveis. Raramente, pois o conforto é a base da vida intelectual. Mas há trabalhadores e trabalhadoras intelectuais das bases, que vivemos sem esse conforto, mais próximos do precariado, pois a trajetória foi toda precariada. Pode-se adotar várias atitudes: a) disputar no mercado do prestígio as posições que remuneram os que se vendem para o andar de cima; b) um conformismo impotente raivoso que não se vende mas também não parte para cima; c) um engajamento ingênuo que põe em xeque o processo de acúmulo de capital intelectual, portanto, gera desprestígio tanto para a) como para b). d) a busca por outras alternativas. Estou nessa busca, escutando colegas e camaradas, pois essa busca tem de ser coletiva. Mas ainda não há resposta fácil.

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