quinta-feira, 28 de novembro de 2013

Estado do Crime.

Quando Fernandinho Beira-Mar foi preso, o patrimônio dele era de 1 milhão de reais (ele movimentava uns 50 milhões por mês e tinha um patrimônio de 1 milhão, deu para entender, não é?). A PF o identificou como sendo a última posição numa cadeia gerencial do andar de baixo de uma organização. Na categoria que ele ocupava, a mais baixa, havia 13 posições acima da posição dele. E essas 13 posições eram de gerentes do atacado, ou seja, não são CEO. Tempos depois, a INTERPOL prendeu em Nova York um empresário carioca dono de uma rede de concessionárias de carros importados, era dono de lojas que vendiam BMW zero-quilômetro. Foi preso em NY por tráfico de drogas. Não saiu nenhuma reportagem de peso nos jornais brasileiros, apenas uma notinha numa coluna dessas de política, perdida no mundo. No Ceará, houve uma apreensão pela PF, há anos, de uma tonelada de cocaína pura. A PF fez relatório sobre uma movimentação de lavagem de dinheiro no valor também de mais de 50 milhões de reais por dia no Ceará, apenas no Ceará. Havia indícios de que lavagem de dinheiro que estava sendo feita por doleiros, isso foi comprovado e houve condenações de um ou outro gerente, e que havia conexões com tráficos de drogas de grandes empresários cearenses e nordestinos, há indícios de que houve uma grande negociação política para tais empresários não aparecerem, continuam pessoas respeitadas e festejadas pelas colunas sociais. Dizem fontes policiais que prisões em flagrantes de indivíduos poderosos e ricos, traficantes de drogas, foram relaxadas ilegalmente para evitar escândalos envolvendo integrantes de cúpulas de governo. As negociações foram políticas. O crime organizado ocupa posições de cúpula nas três esferas de poder do Estado brasileiro. O Estado é um estado do crime. E o mais intrigante é que isso tudo não deixa ninguém apavorado. Aliás, deixa todo mundo é calado. Ninguém sabe, ninguém viu. Berrar contra criminoso pobre, exigindo punição exemplar e dura para criminoso vindo de baixo tem uns "corajosos" aí que berram, realmente, só se for muito destituído de poder e prestígio social, morador da favela e olhe lá se não for o gerente de baixo para ser acusado e vilipendiado por ser traficante de drogas. Já criminosos ricos e poderosos possuem fãs, eleitores e muitas clientelas, clientelas que se espalham por toda a sociedade de alto a baixo. Possuem juízes, deputados, senadores, prefeitos, governadores e muitos admiradores: massas e mais massas de eleitores. Estou esperando o carnaval chegar para me fantasiar de Estado Democrático de Direito. E as frentes de esquerda ainda estão a legitimar as eleições...é triste!

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