quarta-feira, 30 de janeiro de 2019

A autoexclusão elogiosa do perdedor como um vencedor

Lógica de mercado, forma-empresa e altíssima competitividade se tornaram bandeiras de indivíduos objetivamente pouco capazes ou quase incapazes de realizar tais práticas. Os críticos são os integrados nelas. Os deslumbrados são os excluídos delas. Quando escuto o indivíduo defendendo o capitalismo desorganizado, desse neoliberalismo pós-2008, e comparo as condições materiais de vida do sujeito com o que ele diz, é visível a discrepância, a contradição entre a retórica de defesa do "liberalismo" e do "capitalismo" e as condições deploráveis do próprio sujeito, em geral, marcadas por baixíssimo capital educacional, a base do capital humano. Indivíduo excluído do jogo com retóricas de elogio ao jogo que o exclui. Triste demais. A autoexclusão acompanhada de retóricas do "vencedor" na voz do "perdedor" é a faceta subjetiva mais cruel do mundo contemporâneo.

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