domingo, 6 de setembro de 2015

Contra o empresariamento do corpo docente.

O que há de mais grave no momento é o processo de empresariamento da mão de obra docente, seja de modo regular, que é menos grave ou de modo irregular, o que é muito grave. Sou a favor que os professores deixem de usar estudantes como alvo e bode expiatório e passemos a olhar para nós mesmos, pois nossas relações estão de mal a pior, incluindo as centenas de casos de processos administrativos por irregularidades, problemas de professores que foram condenados na justiça por corrupção, desvio de dinheiro, casos de desmandos, abusos e muito autoritarismo. Vamos discutir nossa democracia interna e parar de usar o episódio da ocupação estudantil da Reitoria como cortina de fumaça para que não se chegue ao ponto central que é o turbilhão de problemas que envolve o corpo docente da universidade. Esclareço minha posição: não sou contra a Universidade realizar parcerias, convênios e consultorias, desde que dentro das regras e da lei. Sou contra a situação de empresariamento da mão de obra docente por empresas privadas e poderes públicos que fere a autonomia universitária. Penso que devemos discutir o sentido desse empresariamento. Se alguém me diz que a solução para os salários baixos, não condizentes com o nosso nível de formação, com competências e habilidades requeridas para formar profissionais em três níveis (graduação, mestrado e doutorado), entre outras missões, como produzir conhecimento de ponta e transmiti-lo em tempo real em sala de aula e nas orientações, é buscar complementar renda, trabalhando para fora, para governos e empresas, sinceramente, isso muito me preocupa. Ademais, quantas "consultorias" hoje são para movimentos sociais e para benefício direto do bem-estar das camadas populares? Esses são os meus questionamentos e considero ponto de pauta da maior relevância para a greve. E estou em atividade de greves no circuito anarcossindical, pois não gosto de ser comando, nem ser comandado, é uma questão política. Então, corro por fora. Por outros caminhos, o que não quer dizer que sejam os melhores e os outros não prestem. Longe de mim, eu dizer algo assim.

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