Revoltar-se contra si mesma é a tarefa permanente da esquerda radical e libertária e não ficar tomando sorvete de limão nos estabelecimentos comerciais italianos da burguesia em Fortaleza. Este blog é para criticar a nós mesmos, camaradas!
domingo, 23 de fevereiro de 2014
Conversa para boi dormir (18 de novembro de 2013)
Há um ponto para o qual todos e todas precisamos convergir: a única concordância é de que há uma profunda e trágica discordância que torna a expressão de um "nós" uma mera balela. A representação dos interesses é a conversa para boi dormir que nega a democratização radical da democracia. Do mesmo modo que a "democracia popular" guarda veleidades de ditadura do proletariado, como a "democracia liberal" é a ditadura do dinheiro (plutocracia). Liberais e socialistas possuem tradições autoritárias arraigadas em suas trajetórias históricas. E os anarquistas são malucos demais para poderem oferecer algum modelo de organização para o todo, uma vez que anarquistas são por definição contra o todo, contra qualquer forma de unificação e totalização. Deste modo, resta-nos a revolta franca e aberta contra o Estado, contra a representação como uma encenação de radicalismo bem-comportado? O mundo é dos mentirosos? Eu, por exemplo, vivo na mentira: sou operário padrão, tipo "meu nome é medalha", mas uso discursos quentes, como se eu fosse revoltado contra o sistema. Mas na verdade faço o sistema funcionar melhor do que muita gente que vai à igreja, vota no patrão e atua em nome do bem comum.
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