quarta-feira, 18 de setembro de 2013

Mais um dia sem Deus

Nesta segunda-feira pela manhã, acordo para a vida, mais um dia sem Deus no coração, exulto, comemoro, a alegria emerge no meu espírito ao lembrar da condição radical de finitude, e o fato de não crer na crença me dá forças para um novo dia de trabalho, de criação e de trocas humanas significativas, mediadas pela arte, pela literatura, pelos saberes, pela música, mas, fundamentalmente, pela pesquisa e pela dúvida, essas danadas em eterna danação, e pelo pensamento crítico e radical enquanto experiência da finitude no devir. Gostaria muitíssimo a agradecer às criações humanas que nos fazem sentir que o desafio de si e a tarefa de inventar o próprio sentido da existência são para além do bem e do mal, o que há de mais prazeroso e desafiante, mesmo na dor e nos sofrimento, nunca dar as costas para a vida em busca do além-mundo, viver sem angústias, sem culpas, sem carolices, sem transferência do aguilhão do escravo para o outro, apenas respirando o entorno humano de um mundo misturado e impuro e matéria rica na impureza que nos instaura no próprio desafio do que estamos sendo, na pluralidade do sem Um. Liberdade humana se faz sendo. Graças à criatividade que distorce o compromisso com a realidade supostamente dada do que é ofertado pelos códigos de arrebanhamento. Uma semana de muita música, arte, amor, beijo na boca e transgressão. Muita transgressão! Contra a ordem insana, façamos amor no caos!

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