sábado, 9 de março de 2013

As bases contra a verticalização das novas cúpulas do Partidão.

Estratégia revolucionária democrática sem aliança de classes? Vamos dar uma reviravolta nas teses do V Congresso de 1958 do PCB? Ou então, como diz Hakim Bey, fomentar revoltas, pois revoluções são processos de construção de novas dominações? Revoltas permanentes e zonas de autonomia temporária? Seria possível uma zona de autonomia permanente? Será que o "campo popular democrático" não continua nos assombrando como um fantasma que nos impede de repensar nossas posições? Políticas públicas viraram o grande engodo desse fantasma, nós mesmos estamos sob hegemonia dessa agenda política que reivindica políticas públicas. Parece-me que as retóricas das políticas públicas nos escravizam o pensamento contra-hegemônico. Não seria o caso de apostarmos, do ponto de vista da política institucional, na luta parlamentar municipal, estadual e federal radical? Novos radicais, sem esquerdismo, portanto, mais virulentos, mais devastadores na crítica negativa do capital? Devires-minoritários não podem ficar reféns de políticas de identidade, as políticas de identidade e as políticas públicas estão fazendo capturas conservadoras e retirando a potência de devires-minoritários. Devires-minoritários como políticas e estéticas de existência não precisam ser lidos numa chave pós-moderna da fragmentação, pelo contrário, podemos pensar a totalidade, mas totalidade não está mais acima de nós, está ao lado, um novo modo de pensar a totalidade que se realiza a partir da chamada das multiplicidades (que realiza a crítica do dualismo monismo-pluralismo que domina o pensamento político das esquerdas na modernidade). Não é suficiente, por exemplo, que parte da militância, para se sentir esquerda, qualifique o outro partido de esquerda como de direita, esses deslocamentos são meramente simbólicos e só satisfazem ao ego do militante que passa a se achar o autêntico militante da esquerda combativa (mesmo que isso seja verdade, pouco importa, pois a verdade é minada pelo ato de dominação instaurado). Gasta-se uma energia enorme nessa política de identidade e de afirmação da militância, há uma questão de entropia política aí, desgastando a própria militância. Camaradas militantes não conseguem entrar nas discussões, ou quando conseguem é com muita dificuldade, o pessoal precisa se preparar mais para a disputa no sentido exógeno, questões de formação mesmo, nesse ponto é algo decisivo sair da clausura.

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