quarta-feira, 28 de novembro de 2018

Escola sem partido

O que mais me desagrada no Escola Sem Partido é que seus defensores em geral não sabem argumentar, trocar ideias, elaborar pensamentos, e se sentem diminuídos por isso, daí, tanta raiva. Me desagrada que também sejam classificados como burros, idiotas, tacanhos, estúpidos, alienados, pois é isso o que alimenta a divisão. Atuam em sala de aula como um vírus. Tentam boicotar o processo do qual se sentem excluídos. O Escola Sem Partido é um pedido de socorro. É fundamentado num desejo de ser incluído no campo do saber e do conhecimento. Mas, ao mesmo tempo, é uma raiva agressiva contra esse campo que funciona de modo excludente. A pessoa ressentida, que se sente humilhada, excluída, tende a perceber os incluídos como arrogantes, como detentores de uma superioridade intelectual e moral insuportavelmente tirana. É a relação entre vergonha e orgulho que me parece a chave de leitura para esse conflito. O campo do saber e do conhecimento é uma fonte de orgulho. Ou seja, gera distinção. Estar fora desse jogo é ser obrigado a viver na vergonha. Até que o oprimido pela vergonha resolve transformar em ódio contra o orgulho do incluído o seu ressentimento.

Nenhum comentário:

Postar um comentário