sexta-feira, 14 de junho de 2013

Na busca pacífica por democracia real: o uso político da brutalidade policial é a fraqueza do sistema, é crise de legitimação.

A meu ver, a luta contra o fascismo é a luta principal. A busca pacífica por democracia real terá de enfrentar toda a brutalidade do sistema de dominação. Ocorre que quando a polícia é usada diretamente para massacrar protestos civis isso é sinal de muita fragilidade da autoridade política, ou seja, não é sinal de força, é sinal de fraqueza. Não vamos esquecer esse princípio. Quanto mais repressão policial for lançada contra nós, mais certos estaremos de que o sistema está frágil e abalado, pois não possui recursos simbólicos para se proteger, para se perpetuar. Transformações à vista. Mas a brutalidade policial vai recrudescer, precisamos ter cuidado, pois os policiais estão super brutalizados também, brutalizados pelo sistema de opressão, afinal, são hiper-reprimidos para se tornarem repressores. A nossa luta não é contra os policiais, não temos nada contra as pessoas dos policiais, nossa luta é contra o sistema policial, contra o Estado policial, do qual os policiais são também massacrados, vivem em geral sujeições que restringem bastante sua vida pessoal. Mas os embrutecidos tendem a se embrutecer e transferir aos outros o embrutecimento. O embrutecimento é do sistema e é contra o sistema que vamos continuar a lutar. Manter as formas pacíficas de manifestação, mesmo que resultem em sermos massacrados é essencial. A experiência internacional das ocupações vai toda nesse sentido. A brutalidade policial torna-se ainda mais brutal frente à forma pacífica da manifestação de reivindicação. Vamos recrudescer nosso pacifismo. A luta é organização inteligente.

Nenhum comentário:

Postar um comentário