sábado, 1 de setembro de 2018

Conjuntura eleitoral de 2018

Se política for criação e experimentação de novas regras e novos contextos, o atual momento eleitoral é anti-político por excelência. É a negação da política como capacidade de fazer surgir o novo. Em defesa do indefensável, vejo discursos circulando, acusando os críticos da aliança PT-MDB como sendo puristas. Essa acusação que desqualifica a crítica de esquerda não oficial como purista é feita em nome de quê? Em nome da governabilidade? Gente, Lula está é preso por causa da governabilidade. Não somos puristas nem moralistas, mas realistas, PT com MDB é uma furada, e é isso que está aí nas eleições se dizendo de esquerda. Haddad com Eunício para salvar a democracia contra o golpe? Não dá. Prefiro ser acusado de purista do que ser aliado dos golpistas. Nenhum voto em golpista, nem em que se alia com golpista, nem quem faz campanha baseado na salvação e mistificação de quem se alia com golpista. Ou seja, nem um voto. Lascou. É de lascar o cano. Que situação braba! Até quando a gente quer ser reformista eleitoral, o pessoal capricha para não dar certo. Mudança desde baixo e contra os de cima não passa pela subalternidade aos de cima. Beco sem saída? A poucos dias para as eleições presidenciais e descobrimos, estarrecidos, que a esquerda eleitoral é a melhor amiga da direita eleitoral. Se complementam. Andam abraçados à revelia dos problemas e desafios da democracia real. Só pensam em seus cargos e máquinas e projetos de poder. Não há compromisso histórico com a mudança real das condições de vida da população. No máximo, se aferram às terapias da pobreza e apresentam as políticas compensatórias recomendadas pelo Banco Mundial como se fossem o "compromisso" com a "revolução". Nada mais falso. E ainda usam "fakenews" sobre a diminuição das desigualdades, só que acusam a direita eleitoral de usar esses fakenews. A gente observa tudo isso com uma dor no peito. Uma mistura de revolta e sentimento de impotência, o que não é nada bom.

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