Revoltar-se contra si mesma é a tarefa permanente da esquerda radical e libertária e não ficar tomando sorvete de limão nos estabelecimentos comerciais italianos da burguesia em Fortaleza. Este blog é para criticar a nós mesmos, camaradas!
quinta-feira, 12 de abril de 2018
Esquerda eleitoral e suas vicissitudes
O dia de hoje me convenceu que o voto é do PT. Apenas do PT. A unificação nas urnas! Ironia à parte, é um raciocínio plausível. Continuo na esquerda não eleitoral, quando digo que PT é a única opção viável de esquerda eleitoral, estou levando muito a sério as coisas. De fato, acho que PSOL e PC do B são tendências. Partido eleitoral só o PT. A única candidatura que deveria prevalecer. Boulos e Manuela são apenas oportunistas eleitorais. Ele e ela precisam do PT. Fiquemos com o PT. É muito melhor como esquerda eleitoral. Mais experiente em administrar as contradições do capitalismo. PT mostrou sua força. Merece ser a única bandeira eleitoral da esquerda. Acho que PSOL e PC do B devem cancelar suas candidaturas. Todo apoio eleitoral deve ser para candidatos do PT.
Recusar o partido
A recusa individual de se submeter ao partido gera represálias. A principal delas é a evitação. Os que se submetem ao partido elogiam a si mesmos como tendo espírito de sacrifício, mas escondem uma fogueira de vaidades. Os que se recusam fazem-no por vaidade, mas escondem um tremendo espírito de sacrifício, aquele que abdica da fama, da reputação, da validação pelos aliados. Estamos entre a cruz e a espada e no mesmo barco. Só não vê quem está tomado pelo consumo de sensações de poder e sucesso mascarados pela adesão a uma causa "comum".
Uma conversa perdida na memória
Uma vez, conversei com Lula. Foi em 1986. O sinal fechou. Ele estava no carro ao lado. Foram alguns minutinhos de conversa. Uma conversa de janela à janela. Quando ele vinha à Fortaleza, era uma alegria. Não desejo a prisão do Lula. Também acho um absurdo que num país com Michel Temer presidente, ele seja impedido dessa forma de ser candidato. Além dos outros livres e soltos que são perigosíssimos e foram acobertados pelo sistema. Fiz todas as campanhas do Lula. A de 1989 foi a mais emocionante. Não era do PT, mas a gente fazia a campanha com o mesmo empenho da militância do PT. O PT capitulou e levou consigo o projeto mais amplo do campo democrático popular, que não se restringia ao PT. PT foi engolido, mas foi engolido no seu desejo de poder, não foi um cordeirinho sendo engolido pelo lobo mau. A militância sabe disso, pelo menos a que vivenciou de perto. Hoje é um dia muito tenso. De um jeito ou de outro, há uma perda. Mas é uma perda que foi anunciada. Uma perda de projeto. Sei mais nem o que pensar. Só no nervosismo mesmo.
Silêncio como função da ordem
O silêncio é uma função da ordem. Desejo autoritário de silenciar os outros é intolerável. Inaceitável. O desejo do desejo da Ordem é um desejo de morte, de nada, de aniquilação de si. A liberdade é uma conquista. É uma luta que se faz com o desejo livre para falar de modo livre contra a ordem existente. O pensamento é uma atividade contra a ordem, contra o existente que é imposto como único e possível existente. O existente é o que precisa ser negado. Nada de adaptação e integração ao existente. O desejo de adaptação e integração por parte do subalterno resulta em mais subalternidade. A luta é contra a subalternidade. Uma luta contra o sistema de dominação. Uma luta contra as desigualdades de capital, sentido e poder que restringem de modo estrutural o campo das realizações de sentido e valor. A linha de fala livre é a linha de fala do desejo contra as forças intoleráveis do Abuso, do Arbítrio e da Tirania do Estado do Capital.
segunda-feira, 9 de abril de 2018
A paz dos cemitérios?
As frações da classe dominante que estão liderando o golpe estão recusando a postura conciliadora da maioria esmagadora da esquerda brasileira? Isso quer dizer o quê? Eles desejam uma esquerda não conciliadora? Será? O desejo de conciliação entre senhores e escravos é o princípio da unificação da esquerda brasileira. Isso é fato. Afinal, quem é "o doido" de querer entrar para esquerda não conciliadora, é só pau, pedra e cemitério clandestino, né? O problema é que os senhores dos escravos estão negando o desejo de conciliação do escravo, dando as costas ao desejo do escravo pelo senhor, aí o bicho pegou. Virou um impasse. A esquerda quer paz e amor com os dominantes e os dominantes estão pouco se lixando para esse desejo de conciliação. A esquerda oficial tentará então com amplo apoio mais uma vez realizar o teatro da conciliação nas eleições, vamos ver no que vai dar. O problema sério é que os dominantes e suas bases amplas estão se mostrando intransigentes. Não querem mais conciliar. Impasse total.
quarta-feira, 4 de abril de 2018
Quem está no poder?
Peguem os nomes dos professores das federais que estão assinando os documentos oficiais do governo Temer, vasculhem, que vão descobrir que muitos lulistas e dilmistas estão colaborando ativamente no segundo e terceiro escalão do governo golpista. Estão lá assinando tudo, legitimando, como especialistas disso ou daquilo. Por que não boicotaram o governo golpista? A questão que não quer calar. Quando um colega dilmista ou lulista diz que está atuando oficialmente, colaborando com governo Temer, pois se ele ou ela não estivesse lá as coisas iam ser bem piores para o povo, fico com náuseas. Ainda se pintam de heróis! Estamos lá para salvar o povo. Aí nas redes sociais postam Fora Temer, contra o golpe, etc. E na prática, assinam documentos oficiais do governo Temer e ganham com isso (poder, sucesso, dinheiro). E ainda tem o PSOL para abraçar PT e PMDB se aliando no país para próximas eleições. Mas é em nome da democracia contra o fascismo, né?
Vão prender o Lula?
Essa estratégia do "somos todos Lula" foi a coisa mais desastrosa que se podia ter para o campo das esquerdas não eleitorais e não oficiais. Enterrou a luta das ruas. Instaurou palanques para lá de duvidosos. Será deserto por mais tempo, infelizmente. Os caras vivem de eleições e tentam mascarar isso , mas não convencem ninguém. O abraço do PSOL ao PT e PC do B enterrou a gente vivo. Esse abraço vai custar caríssimo. E todo mundo vai pagar essa conta. PSDB, PT e PMDB se tornam cúmplices, brigam e a gente abraça um deles, dizendo que é do povo, que é o da democracia. Fudeu. O oportunismo eleitoral do PSOL na tem limites? Se Lula tivesse sem capital eleitoral, estaria sendo abraçado ou apedrejado? Essa tentativa de herdar capital eleitoral do lulismo foi um dos lances mais desonestos que já presenciei. Associar na grande mídia o lulismo à democracia contra o fascismo foi o fim da picada. Minou a luta por democracia real.
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