Revoltar-se contra si mesma é a tarefa permanente da esquerda radical e libertária e não ficar tomando sorvete de limão nos estabelecimentos comerciais italianos da burguesia em Fortaleza. Este blog é para criticar a nós mesmos, camaradas!
quinta-feira, 17 de outubro de 2013
O delírio é nosso!
Por favor, não vamos esquecer que todos e todas, sem exceção, inscrevemos formas de delírio na realidade. Então, antes de apontarem o dedo para o delírio do Outro, fazendo do delírio do Outro um atributo de sujeito que assujeita o Outro em alguma identificação de paranoia como entidade clínica dada, voltem-se para uma auto-análise ou análise das práticas de partilha de delírio que quase ninguém percebe como tais, exceto quando não se as toma como naturais, uma vez que nas práticas de delírio com que denunciamos a realidade como demasiadamente brutal para nossa fragilidade, realizamos as mais distintas e inglórias produções de miséria humana, principalmente, no nosso entorno.
Sobre a participação do PSOL do Ceará em comissão fantasma da Câmara Municipal de Fortaleza e crítica à nota de esclarecimento do partido.
Quem denunciou a comissão fantasma na câmara municipal de Fortaleza foi o jornal O Povo, ok? Quer dizer então que o PSOL não foi vanguarda na denúncia? Dormiram em serviço? Estavam numa comissão fantasma e não a denunciaram? Não denunciaram que era uma comissão fantasma? Participaram de uma comissão fantasma sem denunciá-la? Só adotaram atitude republicana de transparência depois da denúncia feita pelos outros, pela imprensa burguesa? Vergonha alheia, hein? Nota zero para o "vanguardismo denuncista" do psolismo, nota zero. Um partido que se afirma radical e que sua principal tarefa é denunciar a velha política em nome da nova política e acaba vítima "inocente" de denúncia de manter cargo em comissão fantasma?
Sem falar que a nota de esclarecimento do PSOL (vocês podem lê-la lá no site deles), em nenhum momento, assume algum tipo de responsabilização pelo fato de ter um assessor numa comissão fantasma. A culpa é toda do outro. Isso vai na contramão da noção contemporânea de co-responsabilização, de compartilhamento da autoridade e do exercício de poder, discurso que o PSOL usou na campanha eleitoral, de accountability social no setor público, de prestação de contas. Se há participação numa decisão da presidência de uma instituição da qual se faz parte, essa participação efetiva se configura como virtual co-responsabilidade na tomada de decisão. Se há co-responsabilidade virtual, é preciso haver co-responsabilização efetiva de algum modo, guardando as devidas proporções de implicação no processo, mesmo que os pesos e as medidas dessa responsabilização estejam estabelecidos de modo desigual, não se pode fugir da co-responsabilização, não se pode, ao menos fugir de assumir o erro, a nota não assume nenhum erro, apenas se auto-elogia, é infantil nesse ponto. O fato da nota do PSOL não assumir nenhuma responsabilização pelo fato de ter assessor em comissão fantasma, mas simplesmente dizer: nós que fazemos tudo certo, somos puros e éticos, e trabalhamos de fato, fomos surpreendidos por isso, é o mesmo tipo de argumento que o PT vem usando nesses anos todos para justificar que está sendo sempre vítima de armadilha e de perseguição. As falas de políticos do PT sempre são assim. O PT não assume nunca a responsabilização sobre os casos em que se constata irresponsabilidade compartilhada, o que exige algum nível de auto-responsabilização. O PSOL parece ter herdado essa cultura política do PT. Por isso, não confio no PSOL, como herdeiro da cultura política do PT, como as evidências vem mostrando também no plano nacional com as atitudes de Randolfe e Ivan Valente. Não assumir nenhuma responsabilização numa nota de esclarecimento é pueril, em primeiro lugar, mas é também arrogante, é algo pretensioso, pois por mais que se diga que tudo vai bem, algo não estava bem, o PSOL estava sim, de fato, ocupando um lugar numa comissão fantasma, isso é um fato que nem o PSOL negou. Disse que não sabia. Mas pelo que eu saiba, na ordem jurídica, não se pode fazer uma defesa alegando desconhecimento da lei, né? Ademais, houve o reconhecimento pelo PSOL de que praticou desvio de função do assessor. Recebendo por uma comissão fantasma e trabalhando de fato para outra. Ou seja, assumiu que se valeu de uma gambiarra que não é legalmente respaldada. Essa prática foi já criticada pelo PSOL, pois era amplamente usada na gestão Luizianne Lins. Ou seja, PSOL não assumiu o executivo, apenas um mandato parlamentar, e perde o controle sobre essa prática? Imaginem na escala de uma gestão de uma metrópole? Não convence a nota de esclarecimento. É fraca e arrogante. Não assume o erro. Perde confiança do eleitor.
terça-feira, 15 de outubro de 2013
Liberdade de pensamento. Desobediência civil. Democracia absoluta.
Muita atenção e nenhuma obediência. A pior polícia é a polícia que esmaga o pensamento. É a neutralização do ato de pensar. O núcleo forte da força é o pensamento, não há correlação de forças sem pensamento. Pensar é buscar o sentido de algo enquanto objeto de pensamento. Pensar é por-se fora da ordem. Pensar é radical.
Nenhum desejo em ser maioria.
A única coisa que me deixa tranquilo é que eu nunca na vida tive desejo de ser maioria. Apenas para quem nutre este desejo, o cenário é insuportável. Para mim, a maioria sempre foi insuportável. Desejar o insuportável é um contra-senso. Faz mal à saúde. Devir-minoritário é uma forma de vida de quem escapa ou tenta escapar do mal da maioria, o mal de rebanho, o que não quer dizer que também não façamos parte de rebanhos, não há seres alados nesta conversa, apenas seres rastejantes. Mas há quem rasteje chafurdando na maioria, refestelando-se nela, e há quem rasteje na maioria, empurrando-a de lado, lançando-se para os cantos, para as beiras, para os buracos negros que a atravessam.
A polícia é a fundamentação?
Quem tiver um critério de verdade que possa funcionar como critério naturalmente ou politicamente ou epistemologicamente ou axiologicamente superior de unificação do conjunto das relações sociais, por favor, apresente-o argumentativamente com uma fundamentação racional que não seja metafísica. Em nome de quem? Em nome de quê? Não é tão fácil, não é? Se fosse fácil, não haveria polícia na fundamentação última do real.
Esses bastardos! Lembrando de Diário de um ano ruim.
Os governos brasileiros reprimem a população como se fossem arautos da mais elevada realização do Estado Democrático de Direito, e não são, são uns bandidos cafonas que não foram incriminados por atuarem usando o campo da política para assumir estruturas de governo e se refestelar na remuneração com dinheiro público. Não são nem aqui nem na China representativos do que quer que se possa chamar de Democracia, esses canalhas estelionatários. São governantes corruptos, sem compromisso, violentos, desonestos, salafrários e covardes que cometem vários crimes, que se associam com grupos criminosos de todo tipo, principalmente, grupos criminosos que detêm altas somas de capital. A revolta contra o governo brasileiro em todas as esferas é a coisa mais legítima e necessária que possamos pensar nesse universo torpe da estrutura política no país. Espero que as revoltas se intensifiquem e tornem a vida dos governantes, esses estúpidos e bastardos governantes, com seus partidos políticos decadentes e bandidos, um inferno. Fazer da vida do governante um inferno é o princípio de exercício da cidadania ativa nesse país. "Os sonhos do Estado são os nossos piores pesadelos". Democracia absoluta ou barbárie! Anarco-punk vive! Já fui criança, eu sei.
Pimenta nos olhos dos outros é refresco!
Democracia nos olhos dos outros é refresco. E haja democracia especializada em técnicas policiais ditatoriais da porra! Desse jeito, com repressão policial contra manifestações, com tortura, com execuções sumárias, prisões ilegais e muito abuso das autoridades, vamos ter de usar o porta-estandarte do Estado Democrático de Direito para limpar...as lentes dos óculos, embaçados de tanto gás lacrimogêneo. Se o cão de guarda perverso não te der uma mordida na bunda antes com uma bala de borracha, é claro. O que esse pessoal anda estudando nas faculdades de direito e academias de polícia do país, hein? Carl Schmitt? Lei de Talião? Lei Chico de Brito? Ou simplesmente está todo mundo no silêncio do cada macaco no seu galho? Por que então foram inventar brincar de democracia? Quem com ferro fere, com ferro será ferido? A democracia real bateu na porta da frente para visitar a casa e o Sinhorzinho mandou esconder os capangas na cozinha, tomando cafezinho na companhia das iás? Oligarquia nos olhos dos outros é refresco, isso sim! Estado Democrático de Direito é o apelido do mascote da polícia. Democracia real ou barbárie. Escolham seus papeis.
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